Confeitaria Nacional, Lisboa
“O mais importante no bolo-rei é a massa, os frutos são acessórios.” Quem o disse foi Maria de Lourdes Modesto numa crónica publicada no Diário de Notícias, em que dá uma receita a partir da massa do brioche — porque, escreve, é essa a consistência que o bolo-rei deve ter, e para isso tem que levar uma boa quantidade de ovos e de manteiga. No mesmo texto, critica a qualidade de muitos bolos-reis que hoje se vendem.
Para não deixarmos que o conceito de bolo-rei se vá distorcendo com a passagem do tempo, temos que voltar ao bolo-rei original — e aí a grande referência continua a ser Confeitaria Nacional. Foi esta casa da Praça da Figueira, em Lisboa, fundada em 1869 por Baltasar Rodrigues Castanheiro, a primeira a ter em Portugal esta especialidade natalícia vinda de França — conta-se que terá sido trazida de Paris por Baltasar Rodrigues Castanheiro Júnior e por um mestre confeiteiro chamado Gregório.
Apesar de a moda do bolo-rei se ter espalhado por outras pastelarias, às quais não passou despercebido o sucesso da Confeitaria, esta continua a ser até hoje a casa de eleição de muitos lisboetas, e orgulha-se de ter um bolo-rei “único”, graças a uma receita que, dizem os proprietários, continua secreta. A.P.C.
Praça da Figueira, 18B | Lisboa | Tel.: 213 424 470
Atelier Praline, Lisboa
Esta é, de todas as propostas aqui apresentadas, a que mais foge ao tradicional. Na verdade, a ideia é ficar a conhecer uma outra versão do bolo-rei, que neste caso se chama galette des rois e que é a mais popular no Norte de França. Se a receita que veio para Portugal há quase um século e meio foi a do bolo dos reis, que se faz no Sul de França e que tem uma massa semelhante à do brioche, no Norte daquele país o bolo tem um aspecto muito diferente e uma massa folhada, que pode ser recheada com creme, frutas ou compota.
É esta versão, recheada com creme de amêndoa, que encontramos no Atelier Praline, onde a pasteleira francesa Béatrice Dupasquier apresenta uma enorme variedade de especialidades francesas, do pão e croissants artesanais aos éclairs, charlottes e mil-folhas. E, na época do Natal, a galette des rois para quem quer conhecer este primo do Norte do bolo-rei.
O “bolo-rei à francesa” pode ser levantado a partir de dia 15, e Béatrice aceita encomendas até dia 21 (faz também troncos de Natal, árvores de Natal de chocolate ou de bolacha e cupcakes com motivos de Natal). Uma galette des rois, que dá para quatro, cinco pessoas, custa 20 euros. A.P.C.
Rua do Poço dos Negros, 51 | Lisboa | Tel.: 213 962 350; 968 165 706
Dois concursos nacionais para eleger “os melhores bolos-reis"