Fugas - restaurantes e bares

  • Nuno Mendes
    Nuno Mendes Enric Vives-Rubio
  • Chiltern Firehouse, uma refeição especial para reputados chefs do mundo por alturas da gala dos The World's 50 Best Restaurants
    Chiltern Firehouse, uma refeição especial para reputados chefs do mundo por alturas da gala dos The World's 50 Best Restaurants DR/NunoMendes Instagram

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O Viajante quer viajar mais por Portugal

O assunto entusiasma-o. Conta como conheceu a comunidade portuguesa na Malásia quando visitou este país, e como na China se encantou com o congee chinês, uma grossa sopa de arroz cozido semelhante à canja de galinha. “Temos que fazer mais investigação para ver se conseguimos chegar à origem dos pratos. Nos meus primeiros seis anos de vida, o que eu comia quando estava doente era canja de galinha. Depois estive na China e comi congee. É uma das coisas mais tradicionais portuguesas, mas também é uma coisa tão chinesa.”

Tudo isto faz parte da tal história que quer contar, e para a qual aposta também nos bons produtos portugueses que, lamenta, ainda não se encontram com facilidade em Londres. “O queijo da serra da Estrela é um dos produtos mais únicos e interessantes que há, mas raramente chega a ter alguma exposição fora de Portugal, e às vezes o realmente bom nem a Lisboa chega. Temos também dificuldade em mostrar os nossos enchidos, que são tão únicos — é difícil encontrar uma boa alheira ou uma boa farinheira. Temos muito a mostrar, mas temos de arranjar maneira de fazer esse produto chegar a meios internacionais.”

Ele pode ajudar. “Consigo mostrar a chefs meus amigos o que estou a fazer com o produto. Há já um conjunto grande de pessoas que passaram pelos meus restaurantes e que hoje têm já projectos próprios, pessoas que se interessaram pelo produto, pelo país. É o suficiente para que valha a pena para uma empresa trazer alguns desses produtos até Londres, porque já teria um número bom de chefs a comprá-los.”

Aconteceu tudo muito rápido na carreira de Nuno Mendes, mas a verdade é que, com o seu trabalho, a ideia de uma cozinha portuguesa e de produtos portugueses começa a ganhar terreno em Londres. “Hoje temos uma voz mais forte”, diz, com o seu sorriso tímido, e afastando o cabelo da testa. Só há uma pergunta a que (ainda) não responde. Quando é que o Viajante estará de volta? “Um dia, um dia.”

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