Fugas - restaurantes e bares

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Sigam o queijo… até ao Príncipe Real

Por Alexandra Prado Coelho

Queijaria mudou de bairro mas continua a querer divulgar os melhores queijos do mundo e de Portugal.

Três anos depois do início da aventura de abrir em Lisboa uma loja especializada em queijos, portugueses e do mundo, os irmãos Pedro e Paulo Cardoso mudaram de bairro, trocando a Rua das Flores, no Chiado, pela Rua Monte Olivete, no Príncipe Real.

As obras que não param na Rua das Flores ajudaram à decisão. Mas, explica Pedro, que nos recebe no novo espaço, a mudança foi também acompanhada por uma pequena alteração do conceito, ou melhor, um regresso à ideia original.

“A nossa ideia inicial era abrir uma cheese shop. Acabou por evoluir para um cheese bar, mas concluímos que, com mais de vinte lugares sentados era demasiado ambicioso”. No Príncipe Real voltam a ser 100% loja de queijos (e vinhos e acessórios) e a apostar num serviço de qualidade para dar a conhecer os melhores queijos vindos dos principais países produtores no mundo, e ainda alguns queijos portugueses que vale mesmo a pena descobrir.

Pedro acredita que o Príncipe Real, um bairro com muitos residentes – “o Chiado está a ficar descaracterizado, com muita gente a sair”, diz – é o local ideal para desenvolverem esse trabalho, pensando por exemplo em quem vai dar um jantar e quer apresentar um queijo diferente. Repete, contudo, o que já dizia à Fugas há três anos, quando abriu: “Os portugueses não estão muito ligados ao queijo e têm muitas ideias feitas”.

Em três anos, não houve uma grande alteração nesse comportamento, lamenta. “As pessoas estão muito habituadas ao queijo de supermercado e têm relutância em pagar o que vale um queijo bem curado”. Outra dificuldade que sente desde o início é a de convencer os produtores das vantagens de fazer curas mais prolongadas. “Têm pressa em vender logo e como têm compradores é o mais fácil. O mercado está desregulado.”

Um aspecto que, segundo Pedro, dá uma certa monotonia aos queijos portugueses é o formato. “A forma é sempre mais ou menos de 800 gramas, são redondos, ao contrário dos queijos de outros países, que identificamos muitas vezes pelo formato”. Os produtores portugueses “arriscam pouco em queijos diferentes”, afirma.

Apesar disso, tem feito descobertas interessantes. Dá-nos a provar um queijo amanteigado muito saboroso, com uma cremosidade pouco habitual, que ainda não tem à venda mas em breve terá. Virá ainda um “queijo dos Açores feito com água das Furnas". Em destaque estão, por outro lado, os já famosos queijos chèvre da Granja dos Moinhos, de Adolfo Henriques, que, para além do clássico, tem agora um pequeno queijo de cabra redondo. E ainda um São Jorge de dez quilos com uma cura de 40 meses.

Pedro prefere ter menos variedade (há vários queijos que opta por não ter na loja por “falta de consistência") mas garantir que os que tem à venda são os melhores. “Quem está habituado aos nossos queijos dificilmente consegue comprar noutro sítio”, declara, sem falsas modéstias. O trabalho com os queijos portugueses é para continuar, sobretudo porque é isso que procura um nicho de clientela com o qual a Queijaria quer trabalhar cada vez mais: os chefs de cozinha em Portugal.

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