A iniciativa partiu do produtor Abílio Tavares da Silva, da Quinta de Foz Torto (um ex-urbano que trocou Lisboa pelo Douro e ficou maravilhado com a qualidade do fruto que nascia na sua horta), que juntou as vontades do jornalista Edgardo Pacheco (amante e criterioso divulgador dos produtos tradicionais) e da comunicadora Celeste Pereira (cuja empresa desenvolve o projecto alltodouro.com).
E o entusiasmo e envolvência com que boa parte das quintas e produtores se associaram ao encontro (o número de participantes mais que duplicou) são já mais que um bom augúrio.
E a senha é simples e directa: tomate há em todo mundo mas nenhum com o do Douro. Para o explicar, a UTAD – Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro incumbiu a professora Ana Paula Silva, uma especialista que se esforçou também como jurada na prova cega dos tomates.
Das civilizações pré-colombianas até à variante amarela que hipnotizou os italianos a ponto de lhe terem chamado a “maçã d’ouro” (pomo d’oro), a docente explicou as dificuldades da implantação do fruto na alimentação dos europeus, que inicialmente lhe associavam efeitos demoníacos e venenosos.
Hoje o tomate é a segunda cultura do planeta (depois da batata), com a China (como não?) à cabeça e Portugal destacado como terceiro produtor da União Europeia e um consumo anual per capita de 36 quilos. São muitas as variedades, sendo que cá para nós a mais apreciada é a Coração de Boi, assim chamada precisamente pelo formato assemelhado.
É no Douro que as suas qualidades de sabor, suculência e textura melhor são potenciadas, tal como a especialista explicou com a ajuda de preciosos gráficos. Além de muito carnudo, tem poucas sementes, pede muita luz e grandes amplitudes térmicas para melhor expressar as suas qualidades organolépticas e de textura. E por isso, tal como a vinha, encontra no Douro um terroir de excelência.
Só a pele muito fina o torna sensível e vulnerável, o que complica a sua comercialização. Daí que para o provar seja mesmo preciso cruzar o Marão.
Quinzena do Tomate Coração de Boi do Douro
Restaurantes
Six Senses Douro Valley
Quinta do Vale Abraão
5100-758 Samodães (Lamego)
Tel. 254 660 600
Cais da Vila
Rua Monsenhor Jerónimo do Amaral
5000-570 Vila Real
Tel. 259 351 209
Chaxoila
Estrada Nacional 2
5000-262 Borralha (Vila Real)
Tel. 259 322 654
DOC Rui Paula
Cais da Folgosa /EN 222
5110-214 Folgosa do Douro
Tel. 254 858 123
Cozinha da Clara
Quinta de La Rosa
5085-215 Covas do Douro (Pinhão)
Tel. 254 732 254
Toca da Raposa
Rua da Praça
5130-067 Ervedosa do Douro (S. João da Pesqueira)
Tel. 254 423 46