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Bode Museum

Bode Museum Luís Maio

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O santuário das artes de Berlim renovado

Pergamon Museum e Altes Museum até 2026

Falta agora renovar o Altes e o Pergamon, o primeiro e o último dos museus edificados na Ilha. As obras do primeiro arrancam para o ano que vem, a fachada do segundo já está em estaleiro, mas os dois persistem (por enquanto) abertos. O Pergamon é o museu mais popular do complexo, aquele onde os autocarros despejam os turistas, o que se justifica pela grandeza e celebridade das obras exibidas, onde se destacam peças de arquitectura de grande escala do Egipto, da Grécia, da Ásia Menor e do Islão. Tesouros da ordem do Altar de Pergamon, a porta do Mercado de Mileto, a porta de Ishtar (Babilónia) e a fachada do Palácio de Mshatta da Jordânia. A presente intervenção, a cargo de Osward Mathias Ungers, contempla a renovação, mas também a conclusão do Pergamon ou melhor, a construção da quarta ala, prevista no projecto inicial de Alfred Messel.

O Altes, já de sabe, é a obra-prima de Karl Friedrich Schinkel, o mais destacado expoente do neoclassicismo germânico, que o projectou como uma versão berlinense do Panteão de Roma. Alberga a colecção de Antiguidades Clássicas, um vastíssimo sortido de peças de arte e de artesanato dos gregos e dos romanos, incluindo desde estatuetas a vasos e joalharia. A não menos preciosa colecção de arte etrusca virá juntar-se-lhes, depois da renovação.

Humboldt-Forum em construção

A Ilha dos Museus vai ter um novo museu. Mas não será só um museu e em termos de polémica já superou todas as reconstruções presentes e futuras. Começamos por dizer que o Altes foi o primeiro museu da ilha, construído na "praça do poder" prussiano, mesmo em frente ao palácio real dos Hoenzollern, inaugurado em 1698. Pois os comunistas decidiram derrubar este símbolo do militarismo prussiano, em 1950, e construir no local o Palast der Republik (o Palácio da República), típico edifício modernista ao estilo soviético, que em 2003 se descobriu estar contaminado por asbesto. Tinha de vir abaixo e das várias opções sobre a mesa a que colheu mais votos foi a reconstrução do palácio prussiano. O concurso foi ganho pelo italiano Franco Stella e também prevê um pátio de comunicação do novo edifício com a vizinhança, invocando os Uffizi de Florença.

Em qualquer caso, o novo-velho palácio irá abrigar o Quai de Branly de Berlim, ou seja, um museu com colecções de arte e artesanato de África, Ásia, Américas e Oceânia, mas não só. Irá conviver com a livraria central de Berlim e a exibição das colecções científicas da vizinha Universidade Humboldt. Esta foi fundada por Wilhelm von Humboldt, filósofo, linguista e pedagogo, que esteve directamente ligado à organização das colecções da Ilha dos Museus. Mais célebre internacionalmente ficou, porém, o seu irmão mais novo: Alexander, um dos maiores exploradores e naturalistas de sempre. Ao invocar o nome de família dos Humboldt, a nova instituição vem relançar o ideal partilhado pelos irmãos (e, afinal, profundamente alemão) de um saber sem fronteiras, feito de cruzamentos da arte, da cultura e da ciência. A inauguração será algures em 2013.

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