Fugas - Viagens

Paulo Ricca

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São Pedro do Sul, dentro e fora de água

Na descida para a aldeia do Fujaco, há arbustos com folhas tão finas e em tão grande quantidade que as suas margens parecem ter-se esbatido, como se não estivéssemos a olhar o arbusto real à nossa frente, mas a ver uma pintura impressionista. E passamos por uma aldeia chamada Aldeia. O Fujaco, como um presépio que se ergue a partir do riacho, ainda tem muitas casas em xisto, que se integram na paisagem como se sempre tivessem feito parte dela.

Do outro lado de São Pedro do Sul, na freguesia de Carvalhais, há mais para ver e fazer. No Bioparque pode-se dormir e comer, gozar as piscinas administradas pela junta de freguesia, fazer uma série de actividades relacionadas com a natureza (como caminhadas, arborismo ou rappel) ou, se preferir, subir, devagar, a estrada que leva à entrada do parque e continuar para lá desta, seguindo, um a um, os dezassete moinhos de água recuperados ao longo da ribeira de Contença. Nesta altura do ano, há água por todo o lado, e os cogumelos despontam em cada naco de relva. Os esquilos hoje não aparecem, mas os medronheiros estão tão carregados do fruto vermelho que este deixa-se cair, atapetando o chão.

O dia passa a correr e é claro que há muito que ficou por ver e experimentar. Apesar de termos comido bem, nem sequer experimentámos o cabrito de Lafões, tão típico da região. Não caminhámos até à Pena. E não experimentámos aqueles quinze minutos extra dentro da água da piscina. O que vale é que São Pedro do Sul não é longe.

Onde dormir

Não faltam ofertas de alojamento na zona termal de São Pedro do Sul.Do Hotel do Parque (o único quatro estrelas), ao fabuloso edifício do INATEL Palace (de momento, com obras de reabilitação), passando pela feia Pousada da Juventude, há muito por onde escolher. A Fugas ficou no Hotel Rural Villa do Banho, com vista para o Vouga e a porta da rua situada na praça fronteira ao Balneário Rainha Dona Amélia. O hotel, com apenas 15 quartos, pertence à mesma família há várias gerações e foi transformado em pensão pelos pais das actuais proprietárias, há décadas. Recentemente foi remodelado e está sob a gestão de três irmãs. Os antigos móveis, utensílios e retratos da família estão espalhados por toda a casa e a comida servida na sala de jantar de arcadas de pedra é "muito caseira"."Feita à nossa moda, como sempre se fez", refere Delfina Ribeiro dos Santos, uma das responsáveis. Se preferir, o Bioparque de Carvalhais também oferece alojamento muito diversificado.

Pode acampar (se quer o nosso conselho, espere pelo Verão para o fazer), pernoitar num dos bungalows do parque, totalmente equipados (até têm televisão e tudo), ou, para um pouco mais de luxo, alugar a antiga casa do guarda. Do lado de fora não imagina o que lá está dentro: um espaço luminoso, decorado com móveis e padrões modernos, um ecrã plano na parede (os responsáveis do parque bem tentaram resistir às televisões, mas os utentes pediram, pediram), cozinha totalmente equipada e - para os períodos mais quentes - um jardim privado onde pode montar uma tenda para as crianças, se elas preferirem a experiência de pernoitar no exterior. A casa tem alojamento para oito pessoas, com os seus três quartos duplos e o sofá cama da sala.

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