Fugas - Viagens

DR (Visit Dublin)

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Dublin em 48 horas

10h00 - Cidade literária

Dublin é uma cidade literária por excelência e não é apenas pela "odisseia" de Leopold Bloom de 16 de Junho de 1904. Ainda que a obra de James Joyce se mantenha como um símbolo (e guia) da cidade, Dublin e a Irlanda foram e permanecem viveiro de escritores consagrados. Subindo a O'Connell Street até Parnell Square, o Dublin Writers Museum, casa setecentista de decoração intricada marcante, abre as portas para o mundo da literatura irlandesa, para os seus escritores e obras mais marcantes, para as suas histórias (mais ou menos) desconhecidas, para os seus objectos pessoais (como o telefone de Samuel Beckett ou o cartão do sindicato de Bredan Behan), e para a sua correspondência (como a inusitada carta de George Bernard Shaw a recusar um autógrafo - assinada...). E como a literatura irlandesa continua viva e de boa saúde, esperem-se pontes para os autores contemporâneos.

11h30 - Ao mercado?

Saindo de Parnell Square, entrese na Moore Street para descobrir o maior mercado de rua de uma cidade onde eles abundam - e cada dia há diferentes em várias zonas da cidade. Os mais turísticos podem ser os de fim-de-semana em Temple Bar, mas todos os dias há descobertas a serem feitas. O de Moore Street é quase uma instituição nacional, instalada numa rua de prédios incaracterísticos, três andares de típico tijolo vermelho, que ganha vida com as frutas, legumes e flores em exibição defronte de talhos, bingos, casas de apostas. Tradicionalmente uma rua "irlandesa", tem sido "invadida" pela onda de imigração que veio à boleia do "milagre económico irlandês" (agora em retrocesso pelos motivos óbvios) - entre as bancas do mercado, espreitem-se as lojas asiáticas, os restaurantes indianos, os cabeleireiros africanos... Chegados a Henry Street, perpendicular, estamos no meio da sociedade consumo - entre os músicos de rua e as multidões carregadas de sacos, vislumbram-se dois centros comerciais, Jervis, o maior do centro da cidade, e Ilac, o mais antigo e dezenas e dezenas de lojas, sobretudo de roupa, mas também de música, ourivesaria, sapataria.

13h00 - Na igreja, sentar e comer

Era uma igreja, agora é um restaurante-bar-clube. A antiga nave mantém a sua forma original, de tectos altos abobadados, galerias em mezanino, vitral num dos topos e imponente órgão a reluzir de dourados no outro - tocado por Handel. Um enorme balcão ocupa o espaço central, há mesas altas, mesas baixas, cadeiras altas e cadeiras baixas, sofás e poltronas - entre as refeições (do café): sopa do dia, sanduíches, saladas ou pratos completos, desde frango com caril ou pastas às típicas salsichas com puré de batatas ou guisado irlandês.

14h30 - Regresso à prisão

Com o estômago aconchegado, a Kilmainhan Gaol aguarda com mais um pedaço de história irlandesa. Antiga prisão, o agora museu é um repositório da história da emancipação da Irlanda enquanto nação, que acompanhou desde o século XVIII até 1920. Pelas suas alas de vários andares voltados para pátios centrais atravessados por estruturas de ferro, passaram quase todos os líderes nacionalistas destacados: aqui estiveram presos e alguns foram executados.

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