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Parque da Espanha Industrial

Parque da Espanha Industrial Luís Maio

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Barcelona - A cidade dos parques esquisitos

Parque Central de Poblenou

É o mais recente parque de Barcelona, mas também o mais alienígena e controverso dos novos espaços públicos da capital catalã. Ocupa cinco hectares e meio, junto à Diagonal, no coração do 22@district, o sector de empresas de informática e logística, que vai crescendo no antigo subúrbio industrial de Poblenou. Foi desenhado por Jean Nouvel, recentemente galardoado com um Pritzker (o Nobel da Arquitectura), também autor da Torre Agbar, o edifício mais alto da cidade, apenas um par de quarteirões mais à frente. Apresenta-se, por um lado, como um parque-jardim, onde foram plantadas mil árvores, 5000 arbustos, perto de 11.000 trepadeiras, 35 palmeiras e 5000 cactos. Mas é também um parque de um arquitecto, que emprega para o definir expressões quase místicas como "lugar misterioso", "microclima acústico", "universo de tranquilidade" e "selva urbana". Não tem, porém, nada a ver com os devaneios naturalistas herdados do século XIX.

Será um complemento da Torre Agbar e sobretudo um sucedâneo do tapete ajardinado sobre o qual Jean Nouvel suspendeu o parisiense Quai de Branly. Mas em Poblenau o arquitecto francês conseguiu superar-se a si mesmo na ousadia e não há, seguramente, algo que se pareça com este parque à face da terra. A natureza está em todo o lado, mas é sobretudo convocada a título de matéria-prima, como uma espécie de argamassa orgânica usada para erguer cenários que invocam a ficção científica. O espectáculo só ficará realmente pronto dentro de cinco ou mais anos, quando as árvores e plantas plantadas atingirem um crescimento razoável. No entanto, o parque foi oficialmente inaugurado em Abril de 2008 e para já permite admirar a olho as estranhíssimas formas que no futuro darão lugar a esculturas de verde. Ou ainda a cratera espiralada que conduz ao "centro da terra", ou melhor, a uma instalação telemática que assegura a ligação com a cidade equatoriana de Guayaquil.

As ousadias estilísticas de Nouvel parecem neste caso passar ao lado dos catalães e se o Parque Central de Poblenou tem dado, e muito, que falar é por outras razões. Critica-se o muro perimetral, porque Barcelona é uma cidade aberta, censura-se o parque ser cortado por duas ruas, porque minam o ambiente de evasão urbana. Mas o muro também serve para isolar o jardim do bulício da Diagonal e em breve estará coberto por buganvílias, enquanto uma das ruas que atravessa o parque será coberta por uma pérgula de flores multicoloridas. Em qualquer caso, o jardim de Jean Nouvel não está sozinho, mas representa um novo patamar (um novo arranque também?) na subversão dos conceitos de espaço público tradicional em que Barcelona se tem especializado ao longo das últimas três décadas.

Onde ficar

Habitat Sky Hotel
Pere IV/Diagonal 276-286
Tel.: +34 934929394
http://www.habitatskyhotel.com/
Hotel de cinco estrelas em torre de 115 metros de altura, sobranceira ao Parque Central de Poblenau. A assinatura é de Dominique Perrault, outra estrela da arquitectura francesa. Acima dos 137€.

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