Começou por estar associada a companhias de aviação, mas rapidamente se expandiu. A expressão low cost está a perder a sua conotação de turismo com a mochila às costas porque são cada vez mais os que buscam fazer férias pelo menor preço possível - e claro que esta mudança está intimamente relacionada com o clima de crise económica mundial que se vive.
Se é verdade que viajar nestes tempos de recessão económica não aparece no topo das prioridades da maioria, as viagens não param - o que acontece é que as pessoas passam a viajar de forma distinta da que faziam em tempos "de abundância", como se viu por crises anteriores. O que agora parece certo é que essas se tornaram mais exigentes, buscando a combinação que já não é o santo graal de outrora: bons serviços a preços económicos. Nem que para isso tenham de meter mãos à obra - e o comportamento dos turistas indica isso mesmo: sabem bem o que querem e o que podem obter, por isso querem fazer valer o seu dinheiro. Conseguem-no mais facilmente porque têm acesso a mais informação (e trocam informação): estamos na era do faça-você-mesmo.
E nos dias que correm essa é uma tarefa bastante facilitada, e exponenciada, pela internet. Se há três anos encontrar "pechinchas" era tarefa que exigia alguma persistência, uma vez que estas não estavam sempre "declaradas", agora uma simples busca por low cost abre uma miríade de oportunidades - não só voos, mas também alojamentos, restaurantes, entretenimento e até pacotes de férias, já que cada vez mais agências de viagens lhe dedicam agora segmentos específicos. A expressão low costparece estar a perder o cunho pejorativo e a ser assumida como um trunfo por parte dos prestadores de serviços turísticos - afinal, low cost, baixo custo", não tem de ser sinónimo de baixa qualidade. Parece estar, aliás, a ser vista como uma questão de sensatez, para quem oferece e quem usufrui - já que um estudo da World Tourism Organization aponta para a "quase certa tendência de gastar menos em viagem" e para a necessidade de as companhias áreas e hotéis se adaptarem. E já não são apenas jovens que o fazem, são famílias inteiras que optam por esta solução, que pode ou não ser integral.
Há vários estudos que apontam que quem viaja em companhias low cost muitas vezes o faz para ficar instalado num hotel melhor, ou para experienciar a melhor gastronomia local, ou para usufruir mais da cultura e entretenimento dos sítios onde vai... - e aqui há muitas combinações possíveis, uma vez que os hotéis também podem ser low cost, os restaurantes apostam em soluções económicas, há cada vez mais promoções no entretenimento.
A Fugas deixa algumas dicas sobre como tornar a sua viagem mais económica - porque viajar (já) não tem sempre de ser um luxo - e como evitar armadilhas no maravilhoso mundo novo das viagens low cost.
Viagem
As tarifas de baixo custo surgiram primeiro pelos voos, numa ideia original de dois norte-americanos, Rollin King e Herb Kelleher, que, no início dos 70, criaram a primeira low cost sustentada na ideia de que para ter um avião lotado bastaria transportar os passageiros pelo preço mais baixo possível e a horas - dois conceitos suficientes para conquistar clientes sem gastar milhões em publicidade ou em programas de fidelização e que já ultrapassaram a aviação comercial, aterrando nos cruzeiros ou no sector hoteleiro.
Mas como conseguir o preço mais baixo possível? Primeiro de tudo é necessário ter sempre o olho posto nos sites das várias companhias de baixo custo e, de preferência, ter flexibilidade de datas (ficar num hotel durante a semana sairá sempre mais barato que um fim-de-semana) e de horas - viajar de madrugada compensa em relação aos voos diurnos -, conseguindo conjugar as várias parcelas ao melhor preço.
Nos voos, ao preço anunciado há que somar as despesas do uso do cartão de crédito e, em alguns casos, do check-in online. Mas atenção: há vários custos opcionais que podem encarecer a viagem, de seguros de viagem a preferência de embarque ou a malas de porão. Caso se viaje com crianças ou se tenha acessibilidade reduzida, há embarque prioritário na maioria das companhias sem custos acrescidos; se não for o caso, então nada como chegar bem cedinho à porta de embarque e entrar logo na fila.
Se o objectivo é viajar pelo preço mínimo possível, basta avançar para a conclusão da reserva. No entanto, no que diz respeito às malas, fica mais dispendioso pagar no aeroporto do que na altura da reserva, por isso há que fazer conta aos quilos e às medidas autorizadas - muitas companhias são intransigentes quanto à bagagem de cabine, o que fica caro a quem arrisca uns centímetros a mais e torna-se irritante para os restantes passageiros, uma vez que este tipo de situações podem causar atrasos - e guardar sempre espaço para um pequeno lanche: a bordo não há nada grátis. Se a reserva já foi feita, então o melhor será imprimir todo o passe, independentemente do número de folhas que tenha, e juntar-lhe o documento de identificação para um embarque mais diligente.
No caso dos cruzeiros, em que ficará completamente dependente dos serviços a bordo, é necessário verificar tudo o que não está incluído no pacote e somar os extras à despesa antes de decidir a reserva: de pequenas refeições a excursões ao exterior que poderão levar umas férias baratas em alto-mar a preços de uma estada num resort de luxo (o melhor é ficar longe do casino). Antes de arrumar a bagagem, é importante fazer uma lista de tudo o que poderá revelar-se necessário, desde um simples cotonete até protector solar ou medicamentos. A bordo pode-se comprar quase tudo, mas na maioria das vezes a preços multiplicados.
Alojamento
Já temos um voo barato e agora queremos seguir a mesma linha no alojamento - económico e de qualidade razoável. A primeira tentação será reservar um hotel e aqui o melhor será fazer uma pesquisa por hotéis budget ou mesmo low cost, que os há, normalmente de design atractivo e moderno, mas cortando no espaço e nos "extras", tendo sempre em atenção a localização, de forma a economizar nos transportes.