Virando por uma última vez as costas ao rio e viajando para oeste, Alverca, Bucelas, Loures, Malveira, Mafra e Ericeira são outras tantas estações possíveis de um percurso que só acaba no Forte do Zambujal (GPS 38º 56" 57,74""N, 09º 23" 21,98""W). Para lá chegar, siga pela estrada da Ericeira para Sintra, desviando para a Senhora do Ó depois de passar a foz do Lisandro. Uma placa junto à escarpa indica o local onde deve estacionar. Subindo os degraus da vereda chega-se ao mais singular dos três fortes (com São Julião e Carvoeira) que compõem o Circuito da Carvoeira. Inexpugnável por sul, leste e oeste, tem uma planta constituída por reduto central e bateria avançada, rodeada por fosso de protecção. Foi restaurado em 2009 e dispõe de placas com informação detalhada sobre o local. Quando o tempo o permite, pode terminar-se ali o dia contemplando um soberbo pôr do sol.
O que mais fazer
Quando ir
Todas as épocas do ano são boas. Atendendo a que em boa parte dos percursos há deslocações a pé em áreas sem grande coberto florestal, será preferível evitar as temperaturas extremas do Verão ou do Inverno. Agora, com o litoral a começar a ficar cheio de gente e a temperatura a subir no interior, o melhor é planear uma deslocação para o próximo Outono.
Como ir
A Estremadura é uma região densamente povoada e, por isso, servida por boas vias de acesso, tanto para quem vem de Sul (A2 até Lisboa e A8 a partir da capital), como para os que viajam a partir de outras zonas do país (A1 até ao Carregado, desviando depois pela A10, ou A8). Os amantes de "emoções fortes" podem arriscar uma viagem pela "velha" linha ferroviária do Oeste, que liga Lisboa à Figueira da Foz.
Onde ficar
Tanta e tão diversa é a oferta hoteleira (ou de turismo rural), que não nos atrevemos a fazer sugestões concretas para esta vasta área que vai de Torres Vedras à praia de Santa Cruz e da Ericeira ao Vimeiro, passando por localidades interiores, como Mafra. A leste, até ao estuário do Tejo, Bucelas, Sobral de Monte Agraço, Arruda dos Vinhos ou Alenquer também são bons paradeiros a considerar. Os postos de turismo locais podem dar uma ajuda preciosa para encontrar onde dormir à medida das disponibilidades de cada um.
Como ver
Sem um guia experimentado e bom conhecedor das fortificações, é difícil tirar todo o partido dos diferentes percursos constantes do roteiro. Os municípios abrangidos pelas Linhas de Torres dispõem de serviços de acolhimento que podem ser consultados para organizar visitas, obter informações e recolher sugestões.
Arruda dos Vinhos: Serviço de Planeamento Cultural (Tel.: 263977000, extensão 363; museus@cm-arruda.pt).
Loures: Gabinete de Arqueologia (Tel.: 211150664; gabinete_arqueologia@cm-loures.pt)
Mafra: Gabinete de Arqueologia (Tel. : 261819711; arqueologia@cm-mafra.pt)
Sobral de Monte Agraço: Tel.: 261942296; turismo@cm-sobral.pt
Torres Vedras: Paulo Ferreira (Tel.: 261310485; museu@cm-tvedras.pt)
Vila Franca de Xira: Museu Municipal (Tel.: 263280350; museumunicipal@cm-vfxira.pt)
Onde comer
O mesmo é válido para a restauração. Os destinos do litoral dispõem de uma rica e diversificada oferta de peixe e marisco, que pontuam em restaurantes que se estendem ao longo da linha de costa entre a Ericeira e Santa Cruz, nada longe de alguns dos locais históricos a visitar. Mas há boas opções de restaurantes e tasquinhas em Arruda dos Vinhos, provas de vinhos a considerar na zona de Bucelas, doçaria a provar em Mafra ou Malveira, carnes de primeira mais perto do Tejo... E tudo ao alcance tanto das bolsas mais recheadas como das mais magras.
Bibliografia
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Silva, Carlos Guardado da, coord. (2010) - As Linhas de Torres Vedras. Lisboa, Edições Colibri; Torres Vedras, Município.
Silva, Carlos Guardado da, coord. (2011) - A vida quotidiana nas Linhas de Torres Vedras. Lisboa, Edições Colibri; Torres Vedras, Município.
Clímaco, Cristina (2010) - As Linhas de Torres Vedras: Invasão e resistência : 1810-1811. Torres Vedras, Município; Lisboa, Edições Colibri.
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Geraldo, José Custódio Madaleno (2011) - As Invasões Napoleónicas : desde a ida da família real para o Brasil às Linhas de Torres: 1807-1811. Lisboa, Âncora Editora.
Monteiro, Miguel Correia, coord. (2011) - Linhas de Torres Vedras: um sistema defensivo a norte de Lisboa. Torres Vedras: PILT (Plataforma Intermunicipal das Linhas de Torres); Lisboa, Academia Portuguesa de História.
Lobo, Francisco de Sousa (2011) - Non Ultra: As Linhas de Torres Vedras: 1809-1811. Lisboa, Tribuna da História.