Fugas - Viagens

  • Em 2004
    Em 2004 Nacho Doce / Reuters
  • Em 2004
    Em 2004 Nacho Doce / Reuters
  • Em 2004
    Em 2004 Nacho Doce / Reuters
  • Em 2004
    Em 2004 Nacho Doce / Reuters
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    Em 2004 Nacho Doce / Reuters
  • Em 2004
    Em 2004 Reuters
  • Em 2011
    Em 2011 Rafael Marchante / Reuters
  • Em 2011
    Em 2011 Rafael Marchante / Reuters
  • Em 2011
    Em 2011 Rafael Marchante / Reuters
  • Em 2004
    Em 2004 Reuters
  • Em 2004
    Em 2004 Nacho Doce/Reuters
  • Em 1998
    Em 1998 Reuters
  • Em 1998
    Em 1998 Reuters
  • Durante os preparativos da festa em 2011
    Durante os preparativos da festa em 2011 Pedro Cunha
  • Durante os preparativos da festa em 2011
    Durante os preparativos da festa em 2011 Pedro Cunha
  • Durante os preparativos da festa em 2011
    Durante os preparativos da festa em 2011 Pedro Cunha
  • Durante os preparativos da festa em 2011
    Durante os preparativos da festa em 2011 Pedro Cunha
  • Durante os preparativos da festa em 2011
    Durante os preparativos da festa em 2011 Pedro Cunha
  • Campo Maior
    Campo Maior Pedro Cunha

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Campo Maior das flores

Nos cartazes da Rua Heróis do Ultramar, embrenhados nas flores de tons lilás, rosa, branco, amarelo ou salmão, pode ler-se "com alegria ou tristeza, o povo deixa tudo para trás". É verdade. Durante cinco meses, seis, sete pessoas trabalharam oito horas por dia para que tudo estivesse perfeito. Com a mesa posta na rua e porta que, durante nove dias, nunca se vai fechar, aberta aos forasteiros, prometem cumprir a tradição. Quem por lá passar pode encontrar, com certeza, churros, farturas e Cola Cao, a tríade mestra das traves erguidas no dia da enramação, feita na véspera do arranque das festas, num trabalho cumprido pela noite dentro.

Um convite para sentar à mesa

As portas escancaram-se aos visitantes, porque as Festas do Povo são do povo de Campo Maior e o povo de Campo Maior é dos que com mais gosto recebe. "O maior cartão-de-visita de Campo Maior são as pessoas, que têm uma maneira de ser muito própria, muito característica, fruto da capacidade de transmitir alegria e felicidade." Embora o presidente da autarquia seja fonte suspeita, podemos confirmar a premissa. Provam-no as constantes oferendas, de bolinhos a licores, e um convite genuíno para alguém que não tem onde passar a noites durante as festas - e como nós serão muitas e muitas pessoas, já que, num raio de 100 quilómetros, a hotelaria está esgotada, pelo menos para os fins-de-semana floridos.

Silvina Vinagre e Alice Vinagre têm o estar campomaiorense em si. Abriram a porta de casa para que a sua rua, a D. Dinis, não ficasse fora da festa, como nas duas edições anteriores, e aceitaram encabeçar o seu fragmento, logo no primeiro ano em que são parte integrante das Festas do Povo. "Tínhamos um café e agora, como estamos mais disponíveis, já podemos participar." E participar, neste caso, implicou nove, dez dias a tempo inteiro, fora os turnos, desde Março, das 6h00 às 9h00 e depois das 17h00 até à 1h00. Para Alice, há sempre a preocupação que falte alguma coisa (não admira, nunca se sabe se podem ter perdido a conta). "Farto-me de contar as cordas... São 56 de 6,5 metros, 112 de quatro metros, 1120 do tecto, 500 flores, 32 lanternas, 56 cestas e 56 colunas, 28 arcos e 5000 campainhas". Elas - e a amizade, como faz notar - são o tema de uma rua que só está na lista das 104 depois do inspirado discurso do comendador Rui Nabeiro. "Só fomos inscrever a rua quando foi a oficialização [a 26 de Fevereiro, com 26 ruas a serem inscritas nesse dia] e depois não parámos mais. O comentário do comendador fez-nos ter ainda mais vontade de avançar". A história contada por Alice Vinagre é apenas uma das muitas que ouvimos, sempre com o mesmo protagonista.

Filho preferido da terra, o "pai" da Delta é o motivo pelo qual grande parte dos campomaiorenses inscreveu as suas "fracções". "Eu sinceramente não diria por mim." Rui Nabeiro vive como poucos as Festas do Povo: nas primeiras horas da manhã de cada dia, percorre o mundo das flores de papel com a tranquilidade necessária para que os seus olhos observem cada pormenor do trabalho do povo. "Gosto de sair às sete da manhã, caminhar lentamente e sentir os efeitos do ar naquelas folhazinhas de papel, que faz uma orquestra extraordinariamente eficaz", descreve, orgulhoso de uma população com uma alegria e uma força de trabalho únicas.

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