Fugas - Viagens

  • Enric Vives-Rubio
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Em Courchevel, à procura de super-heróis

Abandonamos as raquetas na Ski Shop de La Sivolière e atrai-nos o aroma doce dos crepes quentinhos e das tartes de maçã. Antes, porém, preparamos a estreia do dia seguinte: as botas do esqui são de 25 centímetros e o capacete é preto.

Desejem-nos sorte.
 

1850, código do luxo

E ao segundo dia vemos Courchevel em todo o seu esplendor. Está uma manhã clara, de céu azul, e o sol acordou bem-disposto. Só hoje conseguimos pôr os olhos nas montanhas nevadas que rodeiam a vila feita de chalets de madeira — e só hoje percebemos melhor de onde lhe advém todo o charme.

Courchevel está integrada naquele que é considerado o maior domínio esquiável do mundo, com mais de 600 quilómetros de pistas — os Três Vales, que incluem, entre outras, as famosas estâncias de Méribel e Val Thorens, a estação mais alta da Europa (2300 metros). Mas não estaremos a arriscar muito se dissermos que Courchevel é uma das mais exclusivas estâncias de montanha do planeta. E quanto mais próximos do céu estivermos, melhor. Courchevel 1850 é diferente de Courchevel 1550 — e não estamos a falar de um código postal, antes da altitude a que nos encontramos, o que aqui faz toda a diferença. Ou seja, quanto mais alto, mais caro, tão simples quanto isso.

Aqui, do cimo destes 1850 metros, as casinhas de madeira com quilos de neve amontoada nos telhados são na maior parte construções de bom gosto, que albergam lojas de luxo (joalharias são aos montes e depois há todo um desfile de Chanel, Valentino, Cartier, Hermès e outros que tais), hotéis de quatro ou cinco estrelas, restaurantes de topo e bares e discotecas onde importa ser visto quando a noite já caiu sobre as pistas. Se estivessem à venda — que não estão — alguns destes chalets chegariam facilmente aos 50 milhões de euros. Alugá-los pode custar 200 mil euros… por semana, adianta Jacques Dupuy, instrutor de esqui há mais de 30 anos, quando nos conduz para a zona dos principiantes de Courchevel.

Passamos a Croisette, o centro nevrálgico da estância de neve, e vemos o frenesim típico de um começo de dia que vai ser de esquis nos pés para milhares de turistas. Nós, porém, não temos “passaporte” que nos permita entrar nesta zona. Jacques, um francês de 53 anos que fala português com sotaque do Brasil (a École du Ski Français, uma das mais reputadas da Europa, orgulha-se de ter monitores que falam 25 línguas diferentes), escolta-nos até ao lugar onde tudo começa. “O magic carpet”, indica, sorridente. Mais não é do que um tapete rolante que leva os principiantes ao topo de um desnível muito ténue, para que possam treinar os primeiros passos na arte do esqui.

Estamos, naturalmente, num troço de pista verde — o fundo da cadeia alimentar das pistas, cuja acessibilidade se mede por cores, da verde (mais fácil, para iniciantes) até à preta (mais difícil, para “profissionais” da neve) — e ainda não sabemos sequer caminhar com estes “pés” enormes a que se convencionou chamar esquis. Dentro das botas (não podiam ter inventado umas menos duras?), os pés verdadeiros estão apertadíssimos, as canelas estão esmagadas e movimentar os esquis exige concentração — leva alguns instantes até que percebamos que devemos mexer um de cada vez. Mas Jacques é um professor paciente e daqui a uns minutos já nos equilibramos e até já sabemos travar. Porém, quando estamos quase a saber curvar, acontece a primeira queda. “Pas grave”, incentiva Jacques. Que, mais daqui a pouco, nos dirá que, a este ritmo, em três dias estaremos a descer uma pista vermelha.

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