Fugas - Viagens

  • A China entrou em novo ano lunar no final de Janeiro
    A China entrou em novo ano lunar no final de Janeiro SHENG LI/REUTERS
  • A celebração da Festa da Primavera em Dàli
    A celebração da Festa da Primavera em Dàli
  • O lago Erhai e os pagodes do templo Chóngshèng;
    O lago Erhai e os pagodes do templo Chóngshèng;
  • O lago Erhai e os pagodes do templo Chóngshèng;
    O lago Erhai e os pagodes do templo Chóngshèng;
  • Fuxing Lu
    Fuxing Lu
  • A porta Norte de Dàli é um dos testemunhos arquitectónicos do Império Nhanzao
    A porta Norte de Dàli é um dos testemunhos arquitectónicos do Império Nhanzao
  • O povo Bai
    O povo Bai
  • O calendário chinês baseia-se no ciclo lunar e, por esse facto, a data do Ano Novo varia, fi xando- -se normalmente entre os dias 21 de Janeiro e 20 de Fevereiro do calendário gregoriano
    O calendário chinês baseia-se no ciclo lunar e, por esse facto, a data do Ano Novo varia, fi xando- -se normalmente entre os dias 21 de Janeiro e 20 de Fevereiro do calendário gregoriano

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China: Que mão pintou tão azul este céu?

Apesar da conquista brutal realizada pelos invasores mongóis, que deixou um rasto de destruição (subsistindo poucos vestígios de carácter monumental do reino Nanzhao), e da onda de “progresso” que atravessa actualmente uma parte da China, há um número eloquente de indícios das singularidades dos Bai, incluindo tradições arquitectónicas populares, práticas sociais e culturais e alguns templos taoistas. A actual Dàli, que chegou a ser um importante entreposto nas rotas de comércio com o Tibete e com a Birmânia, foi fundada já no século XV, no tempo da dinastia Ming, e conserva abundantes sinais arquitectónicos desse tempo.

Para uma percepção de alguns aspectos da cultura Bai, vale a pena agendar uma visita ao mercado semanal (segunda-feira) de Shapíng, uma aldeia situada na margem do lago, a trinta quilómetros de Dàli e a uma hora de autocarro. Entre outros artefactos criados pelas mãos da gente Bai, podemos descobrir ali os famosos batiques algodão e em seda da região.

Kung Hei Fat Choy!”

O Ano do Cavalo chegou ao planeta há pouco mais de 24 horas e neste instante devem andar os maus espíritos em fuga para outras bandas do Universo, pelo menos durante os próximos tempos. Mas quanta fadiga e perseverança exigiu a criação deste momento festivo e promissor! A preparação das celebrações do Ano Novo chinês inicia-se muito antes da data, que este ano caiu no último dia de Janeiro do calendário gregoriano, com o minucioso cumprimento de uma série de preceitos, que apresentam variedade consoante a geografia e as comunidades celebrantes, ainda que o essencial se repita. 

Há primeiro que proceder à limpeza geral das casas e das estátuas das divindades, para que a boa fortuna trazida pelo Ano Novo melhor possa fazer a sua entrada na vida das gentes. A confecção das especialidades gastronómicas pode também ter de ser iniciada com antecedência, tal como acontece com a decoração das casas e das ruas, a transbordar de luzes, lanternas e frases em letras douradas sobre fundos vermelhos (como a figura do “Fu”), uma componente importantíssima da festa, já que a cor vermelha dos elementos decorativos é essencial, de acordo com crenças ancestrais, para garantir a protecção contra os maus espíritos. Esta função é justificada por uma antiquíssima lenda sobre um monstro que devorava as colheitas dos camponeses. Tendo sido descoberto (ou revelado por um sábio) que a besta nutria um temor de morte por tal cor, passaram os aldeões a usar fitas de papel vermelho nas janelas e nas portas para se protegerem.

O grande momento (tal como na comemoração ocidental da passagem de ano do calendário gregoriano) é a noite da transição de ano, com o tradicional jantar anual de família, a contagem decrescente e o lançamento de abundante fogo-de-artifício, que perdura em muitas paragens até ao amanhecer. O rebentamento de petardos (uma prática com séculos, consumada antes com canas de bambu cheias de pólvora) é também muito popular, representando mais um exercício simbólico de afastamento dos maus espíritos. Acender, depois da meia-noite, o primeiro incenso do ano é um gesto cheio de significado e propiciador, também, de boa sorte.

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