O primeiro dia do ano é reservado para visitas aos parentes mais velhos e aos amigos. É também o dia da troca de presentes, por tradição fruta, doces e os tão simbólicos lai-see, envelopes vermelhos com dinheiro. As comemorações do Ano Novo chinês, que uma tradição secular designa, igualmente, por Festa da Primavera, estendem-se por quinze dias, cada um deles com particular simbologia e implicando práticas, ou interditos, diferentes. O ciclo termina no 15.º dia do primeiro mês lunar com o Yuanxiao, a Festa da Lanterna. Durante estes dias, as danças do dragão e do leão representam alguns dos mais animados momentos de vivência colectiva.
O calendário chinês baseia-se no ciclo lunar (se bem que o ano de 365 dias tenha sido calculado há mais de dois milénios por astrónomos da China) e, por esse facto, a data do Ano Novo varia, fixando-se normalmente entre os dias 21 de Janeiro e 20 de Fevereiro do calendário gregoriano. A festividade é celebrada tradicionalmente por budistas, taoistas e confucionistas, embora, na prática, pouca gente fique de fora. As celebrações ocorrem em todo o mundo onde existam comunidades chinesas significativas (o que confere à festa um carácter praticamente universal): na China, em todo o Sudeste Asiático (Tailândia, Malásia, Singapura, Filipinas, Birmânia e Laos). Sydney, Nova Iorque, São Francisco e Londres são outros locais onde as celebrações têm uma dimensão significativa.
As festividades originam a maior movimentação sazonal de seres humanos no planeta – o que, na China, dá lugar a operações especiais de organização dos transportes ferroviários e rodoviários. Previa-se para este ano 3,6 mil milhões de viagens, o que significa um aumento de cerca de duzentos milhões relativamente aos números do ano passado. Mais milhão, menos milhão, porque uma estatística é apenas uma estatística. Certo é que este número impressionante de celebrantes estejam ainda a trocar entre si os habituais votos de felicidade e prosperidade para o ano que agora começa: “Kung Hei Fat Choy!”
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Guia prático
Como ir
A cidade de Dàli fica situada a cerca de 350km a Oeste de Kunming, capital da província do Yúnnán. Como não há voos directos de Portugal para Pequim ou Xangai, escalas indispensáveis para chegar a Kunming, é necessário passar por uma capital europeia – como, por exemplo, Paris, Amesterdão ou Londres. A partir destas cidades há voos para Pequim e Xangai, onde é fácil conseguir uma ligação aérea para Kunming. Há várias companhias europeias a fazer estas ligações, mas a opção por uma companhia chinesa, como a Hainan, a Eastern China Airlines ou a South China Airlines pode ser bastante conveniente em termos de tarifas. Estas companhias têm acordos de codeshare com companhias europeias.
Da capital do Yúnnán para Dàli, há várias opções possíveis: via aérea, autocarro ou comboio. Por via terrestre a viagem requer entre seis e sete horas. Em épocas festivas, como a do Ano Novo e da Festa da Primavera, é aconselhável fazer as reservas de viagem com pelo menos uma ou duas semanas de antecedência.