Fugas - Viagens

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Belém: Vamos comer o Pará

Por detrás desta profunda transformação sofrida por Belém estava o intendente António Lemos (que governou a cidade entre 1897 e 1911), uma figura visionária e que ainda hoje marca a história da cidade. Nas novas avenidas e boulevards, Lemos mandou plantar centenas de mangueiras, que levaram os paraenses a brincar, dizendo que era preciso usar chapéus-de-chuva para se protegerem não da chuva que cai todos os dias à mesma hora, mas das mangas que caíam das árvores.

Apesar da riqueza da borracha se ter desvanecido, é possível encontrar ainda hoje em Belém muita da herança dessa “Paris na selva”. Um dos locais a não perder é o Museu Paraense Emílio Goeldi.

Museu Paraense Emílio Goeldi – Aos fins-de-semana, as famílias brasileiras (as meninas com os melhores vestidos e os cabelos cheios de trancinhas elaboradas, os rapazes a amachucarem a roupa de domingo) fazem fila para vir ao museu ver a preguiça pendurada na árvore, os macacos, as araras, o mutum, a cutia, o tucano, a ariranha e muitos outros animais e plantas exóticas (entre as quais o lago das magníficas vitórias-régias). O Museu Goeldi, fundado no final do século XIX, na altura das expedições naturalistas, é a mais importante instituição de pesquisa científica sobre a Amazónia brasileira.

Mangal das Garças – Outro passeio imperdível para quem visita Belém, o Mangal das Garças, na margem do rio Guamá, foi inaugurado em 2005. Inclui um borboletário, um orquidário, um viveiro de pássaros (os guarás, com o seu cor-de-laranja vivo, são lindos), um viveiro de plantas, um Museu da Navegação e uma torre-mirante de onde se pode ver a cidade de Belém e a paisagem nas margens do rio.

Basílica da Nazaré – Erguida em 1852, no lugar onde o caboclo Plácido encontrou uma imagem da Nossa Senhora, alberga essa imagem, que sai em procissão durante o Círio da Nazaré, a mais importante festa religiosa da cidade, em Outubro. Mas em qualquer domingo normal a missa na Basílica está cheia de devotos paraenses, num ambiente alegre.

Theatro da Paz – Construído com o dinheiro da borracha, e inaugurado em 1878, o edifício neoclássico é o maior símbolo da Paris n’América do final do século XIX, e competiu sempre com a Ópera de Manaus, recebendo na época as mais famosas companhias líricas do mundo. Hoje continua a ter uma programação musical, incluindo um festival de ópera, e a poder ser visitado.

Complexo Feliz Lusitânia – Foi este o nome que os colonizadores portugueses deram ao núcleo inicial da cidade de Belém. É aí que fica o Forte do Presépio, construído em 1616, o Palacete das Onze Janelas, de Domingos da Costa Bacelar, dono de um engenho de açúcar, o Museu de Arte Sacra instalado no convento dos jesuítas e a Catedral da Sé. Do muro do Forte pode ver-se a feira do açaí, onde todas as madrugadas o açaí vindo das zonas ribeirinhas do interior é descarregado.


GUIA

Como ir
A partir de 3 de Junho a TAP voa para a Amazónia, realizando três voos semanais (às terças, sextas e domingos). O voo para Manaus terá a duração de 9h10, a que se somam 3h para Belém do Pará: sai às 9h30 de Lisboa, chega às 13h40 a Manaus, de onde sairá às 14h40 para aterrar às 17h40 em Belém. Com destino a Portugal: sai às 19h10 de Belém e chega às 6h45 a Lisboa (7h20 de voo).

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