Fugas - Viagens

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Santa Luzia, a ilha deserta mas não solitária


Descobrir borboletas de mochila às costas

Peter Russell e John Tennent conheceram-se nos anos 1980 e o fascínio pelas borboletas trouxe-os a Cabo Verde. Com 73 e 62 anos, respectivamente, são ambos britânicos e estiveram dois meses no arquipélago. Santa Luzia foi uma das últimas paragens. Já viajaram um pouco por todo o mundo, sempre com o mesmo intuito: descobrir as borboletas, a sua taxonomia, biogeografia e distribuição. Um trabalho minucioso e que requer persistência. A máquina fotográfica e a garrafa de água parecem ser as maiores aliadas.

“Com menos de 30 espécies, as ilhas de Cabo Verde não são particularmente ricas em borboletas, como já esperávamos de um grupo de pequenas ilhas situadas a 700 quilómetros do continente. No entanto, podemos ver que houve confusão na identificação de algumas espécies registadas a partir do arquipélago nos últimos 100 anos”, confessa John. Garante ainda que recolheram “dados suficientes para interpretar e corrigir alguns dos registos anteriores”, tendo encontrado três espécies nunca antes registadas.

De mochila às costas, acampam na ilha e dedicam-se a tempo inteiro à razão que os trouxe a Santa Luzia. “Consideramo-nos sortudos por termos visitado um dos arquipélagos mais bonitos do mundo. Todas as ilhas são diferentes mas todas têm um cenário espectacular”, assegura John. Crêem que os resultados da pesquisa irão ser um sucesso, que para além dos novos registos lhes permitiu um conhecimento real da distribuição das borboletas nas ilhas.

Esta reportagem só foi possível graças ao programa de formação jornalística Beyond Your World

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