Fugas - Viagens

  • ISHARA S.KODIKARA/AFP
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  • Ricardo Santos
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Sri Lanka, danças com elefantes

Há dois momentos altos da visita. O primeiro é a distribuição de leite às crias com enormes biberões. Em segundos, o conteúdo desaparece sob o olhar embevecido dos visitantes. O segundo momento ocorre duas vezes por dia, quando os elefantes atravessam a movimentada estrada e percorrem uma estreita rua comercial para chegar ao rio e aí serem lavados. Assistir ao grupo de quase oitenta animais a caminhar em direcção à água é um espectáculo a não perder. Ao contrário do que seria de esperar, o barulho que provocam é mínimo, tal como os estragos. Claro que para isso também contribui o facto de a maior parte dos lojistas retirarem, duas vezes por dia, à ida e à vinda, os escaparates da rua. Não vá o elefante tecê-las e deitar abaixo as vitrinas móveis com ímans de frigorífico, postais, livros, colares, pulseiras, lenços, malas, carteiras e tudo o mais que possa ser chamariz para quem visita a região dos elefantes.

No interior do orfanato há uma loja de produtos locais, variada informação sobre a instituição e o país, bar e restaurante, mas é mesmo pelos animais que as camionetas escolares e de turistas aqui chegam. O valor pago à entrada (aproximadamente 14 euros por adulto estrangeiro) é elevado para os padrões locais, mas há alguma garantia de que o montante reverte para a continuidade de um projecto que tem conseguido preservar esta espécie no país. Convém não esquecer que um animal adulto deste tipo pode ingerir facilmente perto de cem quilos de comida por dia, entre plantas, arbustos e frutos e que existe meia centena de tratadores ligados directamente ao orfanato. Quando chegam à idade adulta, os elefantes têm como destino a venda a particulares, a cedência a instituições e jardins zoológicos ou a permanência para continuidade da espécie.

Chari serve de cicerone pelo orfanato. Os guardas conhecem-no, os polícias também, os comerciantes idem. À saída, pede águas de coco a um vendedor, fuma um cigarro e conta uma e outra história. À noite, depois do trabalho, senta-se à mesa de uma esplanada, pede uma aguardente local à base de vinho de palma — o arrack — e indica no mapa outros pontos de interesse para quem quer descobrir o seu país. Dá contactos de amigos noutras cidades, dicas para conseguir os melhores bilhetes de comboio, conselhos que virão a ser muito úteis. Fala da sua vida pessoal, do valor do trabalho, da guerra civil, dos desejos que tem para os filhos, da casa que está a construir perto do sítio onde mora a mãe. E volta uma e outra vez aos elefantes, à necessidade da preservação, ao valor do trabalho voluntário. Não precisa convencer ninguém, basta lá ir e ver com os próprios olhos.

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Elephant Volunteer Pinnawala

Uma semana de voluntariado fica por 500 euros por pessoa e inclui: transfer desde o aeroporto, alojamento, três refeições por dia, apoio logístico, t-shirts, massagem ayurvédica, cartão telefónico.

Nota importante: todos os programas e preços são negociáveis, poderá inclusivé optar por menos ou mais de uma semana de duração.

52/B Daluggala – Rambukkana. Tel.: +94 778767598. Email: charithabeynayake@yahoo.com. Site: elephantvolunteerpinnawala.blogspot.com

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