Praia de Moledo, Caminha
O mar do Atlântico Norte pode ser motivo para calafrios, mas assim que o corpo se habitua à temperatura descobrem-se as vantagens de se ir a banhos na praia de Moledo. A água é límpida e, logo de manhã cedo, brinda os veraneantes com o acentuado aroma a sal. Além do mais, é extremamente rica em iodo, substância fundamental para a produção da hormona tiroideia. E embora várias pesquisas tenham apontado as idas à praia como insuficientes para a absorção do iodo necessário ao ser humano, pode ser sempre um bom complemento terapêutico.
Enquanto as águas se vão enchendo de temerários banhistas e amantes de desportos aquáticos, que encontram em Moledo condições excepcionais para a prática de surf, windsurf, vela, kitesurf, bodyboard ou mesmo mergulho, pelo areal multiplicam-se as brincadeiras de bolas e raquetas. Mas há ainda outra razão de peso para procurar esta praia, anichada entre a vasteza do Atlântico e o verde do pinhal. O horizonte é marcado pelo Forte da Ínsua e, lá ao longe, para lá do rio Minho, avista-se o Monte de Santa Tecla, já em território espanhol.
Já a frente costeira revela o ambiente de fins de século XIX, com várias casas que mantêm a traça desses tempos e que foram sendo edificadas por famílias abastadas que, durante o calor, procuravam refúgio no sossego de Moledo. Hoje, servem de cenário a uma enchente de gente em busca do fervilhar de ideias que, de Verão a Verão, vão transformando os cafés em antigos espaços de tertúlia e por onde se vão cruzando diversas caras conhecidas quer da esfera política quer da cultural. [Carla B. Ribeiro]
Praia da Amália, Brejão
Pode já não ser o segredo que foi um dia, mas ainda é bastante recluída. Alguns chamam-lhe praia dos Malmequeres, quase todos, praia da Amália. O malmequer é a melhor forma de descobrir-lhe a direcção: na estrada que liga Brejão e Azenha do Mar, é impossível não vê-lo e é uma espécie de santo-e-senha; Amália da fadista que tinha uma casa no topo das falésias que abraçam a pequena enseada, onde passava largas temporadas (e era presença assídua na Azenha do Mar, lembrou um casal de pescadores). Durante anos, imaginamos, teria a praia quase só para ela e até mandou construir as escadas (por estes dias a precisarem de manutenção) que descem o penhasco, contou o caseiro da casa que agora se aluga por temporadas.
Contudo, as escadas estão no fundo da propriedade e nós não temos a sorte de Amália. Vamos ao início: o malmequer, estufas e, sempre em caminho de terra batida, chegamos aos limites da propriedade. É aí que se forma o estacionamento da praia — o resto do percurso é a pé e é esse que não é fácil. Começamos em pinhal, passamos para túnel de árvores, caniçais, juncais em caminho estreito com ribeiro a correr ao lado, no fundo. O sol não entra, a humidade é enorme e pode haver lama — quase um trekking. A recompensa é a chegada a uma baía plácida instalada em quarto de lua onde o ribeiro que nos acompanha chega por garganta rochosa. O mais certo é encontrar uns poucos guarda-sóis, talvez alguns naturistas — longe de multidões, com a natureza n o seu estado mais puro. [Andreia Marques Pereira]
Praia do Tonel, Zambujeira do Mar
Se há praia da costa vicentina que não precisa de apresentação é Zambujeira do Mar, “descoberta” pelo festival de música e colonizada todos os verões por multidões — os festivaleiros e os outros. Na verdade, Zambujeira do Mar nem é uma praia, são várias praias que orbitam no litoral da povoação — e se a principal é sempre concorrida, as das proximidades também entram no rodopio: para norte, Nossa Senhora e Nossa Senhora Pequena; para sul, Alteirinhos, zona naturista oficial.
Quando partimos para a Zambujeira do Mar, levamos a indicação: procurar a praia do Tonel, a cerca de três quilómetros. Para muitos é a jóia da coroa deste litoral feito de praias-baías, mas, confessamos, tememos quando ouvimos as histórias para a alcançar, que passam por penhascos e cordas (e todo o alpinismo que tal convoca). O caminho até às falésias faz-se de carro, por um caminho de terra, entre campos agrícolas, junto à Herdade do Touril. A paisagem é esmagadora: mar, terra desolada e o recorte das altas arribas que aconchegam o areal a encontrar-se com o mar esverdeado. A sensação é vertiginosa enquanto perscrutamos as paredes em busca da corda. Descobrimo-la e afinal ela apenas começa a meio da arriba — até lá, um carreiro ziguezagueia na escarpa. Não é tão assustador quanto parece; tão-pouco é tranquilo. Se se conquista o medo, tem-se a certeza de dividir o areal com meia-dúzia de pessoas – se for um bom dia, será solitário. [Andreia Marques Pereira]
Praia da Dona Ana e praia do Camilo, Lagos
Abeiramo-nos de qualquer uma destas praias e o olhar percorre imediatamente o rendilhar de falésias louras que emolduram cada areal. Aqui o mar foi esculpindo as rochas de tons amarelos e alaranjados — que dão o nome Costa D’Oiro a este cotovelo da cidade de Lagos — e criou pequenas conchas de areia, arcos, grutas e reentrâncias de oníricos encantos, que imergem suavemente num mar azul-turquesa que do alto da falésia já se adivinha absolutamente cristalino.
Descemos a nova escadaria de madeira — o que na praia do Camilo significa vencer 221 degraus — e enterramos os pés na areia grossa de pedrinhas coloridas que ali encontraram refúgio antes de o mar as amaciar. Braços de falésia dourada apertam esta pequena meia-lua de areia encaixada no fundo da escarpa, as mãos rochosas mergulhando bucolicamente no vidro oceânico. O horizonte traça redonda a baía de Lagos, o infinito areal da Meia Praia ao pés de uma serra de Monchique desvanecida, o contorno longínquo de Portimão.
Desde logo, é o mar calmo que nos atrai pela transparência, pincelado por rochas submersas onde se escondem pequenos peixes, ouriços do mar, polvos e alguns crustáceos, fauna marinha que convida à prática de snorkeling ou de mergulho. Ao largo, há muito que a erosão fez desprender da costa vários rochedos verticais, quais barcos à vela que, tal como nos Descobrimentos, se lançam ao Atlântico desconhecido. As pequenas ondas vão constantemente beliscando as rochas de ponta descoberta, mas na praia-mar é possível saltitar entre elas, passar por túneis escavados na pedra, espreitar por grutas e molduras naturais ou mesmo nadar até ao areal seguinte.
A praia da Dona Ana — eleita a melhor do mundo em 2012 pela Condé Nast Traveller — é a maior entre a dúzia de línguas de areia protegidas do vento norte dominante que se estendem desde o forte da cidade à Ponta da Piedade. É também por isso aquela que trava a luta mais justa contra a maré alta, que encolhe muitos areais pela metade, e com a sombra que diariamente persegue os banhistas à medida que o sol se vai escondendo nas costas da falésia.
Com um restaurante pousado na areia, fáceis acessos e vários hotéis e pensões que se debruçam sobre o horizonte, é a praia mais urbana da Costa D’Oiro e a única onde se pode embarcar numa visita às grutas directamente a partir do areal. Uma fila de pequenos barcos estacionados à beira-mar aguarda por clientes que queiram conhecer um dos ex-líbris da região: furnas, escarpas e enseadas de múltiplas formas, onde a natureza e a imaginação dos mareantes foi talhando objectos e personagens fantásticas, onde o mar se espelha de mil cores e brilhos.
A cada braçada, As Grutas de Sophia de Mello Breyner Andresen: “Atravesso gargantas de pedra e a arquitectura do labirinto paira roída sobre o verde. Colunas de sombra e luz suportam céu e terra. As anémonas rodeiam a grande sala de água onde os meus dedos tocam a areia rosada do fundo. […] Os palácios do rei do mar escorrem luz e água. Esta manhã é igual ao princípio do mundo e aqui eu venho ver o que jamais se viu.” [Mara Gonçalves]
Porto Santo, Madeira
Se há praia de encher o olho, esta é uma delas. São uns 9km de areias ininterruptamente douradas, quentes, finas de coral, que alegram a costa sul da ilha madeirense. Ancorada no Atlântico, a praia vive sob a bênção e protecção de grandes dunas — aliás, esta é mesmo a Ilha das Dunas.
Banhada por um mar que aqui é um amigo calmo e caloroso, parece infinita, com espaço para toda a gente. Quem quiser mais movimentação é ficar nas proximidades da capital, a Vila Baleira, ou dos resorts — uns que dão mais gritantemente nas vistas, outros que, embora à beira do areal, são camuflados pelas dunas. Mas, na sua largura, é sítio para conseguir vasto espaço íntimo.
Deitados na praia, temos à frente todo o mar deste mundo. Atrás, o quadro aperfeiçoa-se em vegetação a ondular à brisa, as elevações dunares, os picos. Há até arte de praia: aqui e ali, alguns artistas entretêm-se a escrever nas dunas com pedras e pedrinhas o que lhes vai na alma.
Mesmo que a preguiça se queira impor, é obrigatório pelo menos um longo, longo passeio pela praia, para lhe ir descobrindo as geometrias de rochas e pedras limosas, plantas que fincam raízes no areal, poças e pocinhas. O ideal é seguir rumo a um dos seus extremos, a Ponta da Calheta, com o seu majestoso ilhéu da Cal nos olhos. É neste cotovelo rochoso da ilha que se pode ter o prazer da descoberta de outras maravilhas completamente diferentes da longa língua de areia — e até mais próximas das que ocupam o resto da recortada costa desta ilha vulcânica, passada que é entre enseadas, piscinas naturais, praias de calhaus, furnas.
Sempre a prestar atenção aos avisos de perigo (atenção às quedas de pedras ou às escorregadelas), vamos subindo e descendo — e contornando — as rochas até chegarmos a uma naturalíssima piscina que se abre num recanto, uma beleza de mui salgada água fresca que permite mergulhos à séria enquanto cumprimentamos os pescadores que passam no seu atencioso barco, o Vá com Deus.
Mesmo que depois avance à descoberta dos recortes e atracções do resto da ilha, não abandone a praia sem experimentar outros banhos que não os nas águas: prove o banho de areia e teste o “milagre” terapêutico deste areal. Há muito que é vox populi que fazer um buraco, deitar-se e cobrir-se com as areias de Porto Santo faz maravilhas ao corpo e à saúde em geral, deixando músculos, pele e esqueleto “renovados”. Estudos recentes comprovaram que o povo sabe-a toda: as areias são únicas e a erosão que as criou deixou-lhes muitas riquezas de herança. Depois de um santo banho no mar, nada como um abençoado banho nas areias. [Luís J. Santos]
Praia do Silêncio, Astúrias, Espanha
Há uma música no silêncio e esta praia é uma orquestra. Pelas Astúrias, contam-se mais de duzentas praias para maravilhar qualquer viciado. Há-as de todas as dimensões, formas e feitios, muitas delas selvagens e permitindo todas as solidões (até as partilhadas), com lençóis de areia ou pedras, abertas ou fechadas em baías. Mas, desculpem-me os puristas (e os que preferem longos e fáceis areais), como esta não há mais nenhuma.
Guardada em mistério e com, provavelmente, o mais belo nome do mundo, a Praia do Silêncio, na zona de Cudillero e a cerca de 1km de Castañeras, é uma obra-prima no seu todo, um acaso da sorte, uma pérola abraçada pela sua ostra. E assim sendo, não será novidade começar por dizer que chegar até ela leva o seu esforço. Deixa-se o carro para trás e percorrem-se umas centenas de metros até podermos admirá-la no seu esplendor. Do alto da falésia, abre-se lá muito em baixo a baía em concha, linha de areia polvilhada de calhaus e mar em azul profundo.
Protegida pela localização e pelos deuses (e pelos humanos também, já que faz parte da Paisagem Protegida da Costa Ocidental), esta beleza poética selvagem é enlaçada por escarpas recortadas, está cercada por corredores verdes intocados que parecem mergulhar entre as rochas, é pontuada por ilhéus que lhe aplacam a força do mar, dando-lhe águas calmíssimas. Há quem nos comente que faz parte da beleza a visão de cabras nas alturas em manobras de alpinismo – infelizmente, não tivemos direito a tais proezas. Faz-se o caminho cautelosamente pela ladeira (houve por ali alguém agora mesmo que foi de “sku” por um atalho…), desce-se a escadaria passo a passo, pisa-se a praia e… bem-vindos a um lençol de calhaus, cascalho e areia (e lixos, que virão ao sabor das marés e tempestades).
Temos a sorte de, nos seus cerca de 500m, a encontrar vazia, que é o seu estado perfeito. E, pronto, estamos preparados para o início do espectáculo integral. Música, maestro. Recanta leve e ritmado o ondular das linhas de seixos num arrastado vai-e-vem. Ciranda o coro de gaivotas a trabalhar o refrão sobre as harmoniosas ondas. Serpenteia a brisa, quase um fôlego na verdade, por entre as infinitas paredes rochosas que nos protegem. E, sobretudo, sente-se o silêncio da humanidade, uma verdadeira pausa nos seus ruídos mais perturbadores — até porque a praia, eremita sem serviços de apoio, não é para todos, é pouco dada a famílias e crianças, rejeita os que gostam de ir à praia para verem e serem vistos e não motiva a fiesta nem nada que se lhe pareça.
Por aqui, só o murmúrio do Cantábrico, uma versão melodiosa de um hipnotizante silêncio. Não é só poesia, há mesmo uma sensação real de paz, de fuga ao mundo. Que é ainda mais exemplar em certas alturas da maré baixa, quando se pode aceder a uma pequena baía, a de El Riego (mas muito cuidado com a maré cheia). A aproveitar antes que alguém invente uma maneira de massificá-la — ainda assim, evite períodos nobres de Julho-Agosto. [Luís J. Santos]
Aiguablava, Costa Brava, Espanha
Chegamos a Aiguablava como se tivéssemos percorrido a Toscana, de verde em verde com grandes masías (solares rurais) mais ou menos solitárias, pequenas aldeias. Do interior não muito interior — a cada momento se vêem indicações para praias — , a primeira visão da costa da Costa Brava é de um vale de ruas estreitas e casas à sua face. Pinheiros erguem-se nos interstícios e à medida que descemos a encosta vai-se abrindo a paisagem: estamos num dos braços, o mais curto, de uma baía recortada com mão firme em rocha e a praia só a veremos quando descermos por outro caminho, o seu.
Por onde vamos, entre o casario (mais encavalitado à medida que se desce) chegamos ao mar, sim, mas aquele que vem bordejar uma espécie de molhe com escadas e quando a maré está baixa várias minipiscinas entre as rochas — as casas que bordejam o mar aqui têm os seus próprios ancoradouros. A praia, então, esconde-se numa das curvas da baía, bem “dentro” de terra, tutelada pela Punta d’Es Muts, onde se ergue um parador.
Um areal pequeno, restaurante de apoio e lojas de aluguer de material de mergulho: a toda a volta, arribas rochosas, escuras, cobertas de pinheiros e umas poucas casas a espreitar; diante de nós, um mar que parece uma piscina, tal o espelho que forma, com pelo menos três azuis diferentes a manchar a água. É quase sempre apontada como uma das mais bonitas da região, um arquétipo, portanto, nada de ilusões: no Verão é invadida. Outras praias da zona de Begur, como Sa Tuna, Aiguafreda, Playa Fonda são também recomendáveis. [Andreia Marques Pereira]
Calella de Palafrugell, Girona, Espanha
Não é uma praia, são várias, todas em Calella de Palafrugell, que se no seu entramado urbano pode parecer anódina, vista à beira-mar, nessas várias praias, ainda mantém o encanto e pitoresco da aldeia de pescadores que foi — e é. Claro que foi crescendo e tornou-se ponto de referência para algumas famílias de burguesia catalã que construíram enormes casas diante de uma das praias, El Canadell, a maior das de Calella de Palafrugell.
Esta praia, onde também o escritor Josep Pla tem residência de Verão, está separada das outras porque o casario chega ao mar e intromete-se na linha costeira — é a mais “elegante”, com a sua promenade a correr acima do areal: na parede que o segura, várias portas coloridas de pequenos armazéns. Seguimos para as outras praias então tomando as ruelas do coração piscatório da localidade. Port de Malespina e Port Bo vêem-se como pegadas rochosas com areais nos interstícios — pode haver “piscina” entre rochas ou pode o areal ser largo o suficiente para acolher barcos de pesca coloridos em descanso (e para gáudio dos turistas: enquadrá-los com a paisagem, e Calella de Palafrugell é também uma baía, o que significa que haverá um pedaço de terra a espreitar, se quisermos, é um passatempo).
Vale a pena mirar o casario, branco, que abraça estes pedaços de praias, com as casas coladas umas às outras, pracetas, mais casario com arcadas onde outrora os pescadores cosiam redes e agora os restaurantes servem o peixe aos turistas. Entretanto já estamos na Platja d’en Calau sem perceber que vamos avançando nas praias — apenas os rochedos no mar, propícios para snorkeling, vemos, servem de indicação. Acabamos o passeio em Port Pelegri, no outro extremo de onde começamos — pequena enseada, fechada, com um restaurante como que escavado nas rochas, que era um antigo armazém de barcos. Calella de Palafrugell pode não ter as melhores praias para apanhar sol, mas será um dos cenários mais típicos deste litoral catalão. [Andreia Marques Pereira]
Sant Pere Pescador, Girona, Espanha
Não é fácil escolher as melhores praias na Costa Brava — é o pedaço litoral mais famoso e turístico da Catalunha — mas esta está nos antípodas da imagem de marca da região: as pequenas baías que tecem bordados rochosos ao longo da Costa Brava, cada qual à laia de segredo (pior guardado do mundo se atendermos às multidões).
A praia de Sant Pere Pescador dá o nome ao golfo onde se situa, fazendo parte de uma faixa de 40 quilómetros de areias finas com direito a dunas — o que o converte num dos maiores areais da região. Estende-se entre Sant Martí d’Empúríes e Roses quase ininterruptamente — a interrupção vem, bem no centro do golfo, na forma do Parque Natural de los Aiguamolls (pantanais) de l’Empordà, na sua frente marítima.
Ao contrário da grande maioria das praias deste litoral, aqui pode estender-se sossegadamente a toalha e conservar algum território “soberano” — que é o mesmo que dizer, vital. A área mais procurada é precisamente a do município de Sant Pere Pescador, zona batida pelos ventos e paraíso para a prática de kitesurf. Apesar de se praticarem outros desportos náuticos — como o windsurf e o caiaque — é o kitesurfing que “merece” duas áreas especiais: o “Cortal de la Devesa” e o “Can Martinet”, cada qual com 200 metros de superfície e zona de prática livre. [Andreia Marques Pereira]