Fugas - Viagens

  • Petra
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  • Wadi Rum
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  • Castelos do deserto
    Castelos do deserto
  • jordana, com capacidade para seis mil espectadores, que continua a ser usado para concertos
    jordana, com capacidade para seis mil espectadores, que continua a ser usado para concertos
  • Na zona histórica de Amã
    Na zona histórica de Amã

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Petra: O tempo é um pouco mais antigo

Em Madaba conserva-se um magnífico acervo de painéis de mosaicos bizantinos, incluindo o que passa por ser o mapa mais antigo da região. A norte de Amã, a meio caminho da fronteira com a Síria, a cidade de Jerash merece uma atenção especial pelos vestígios bastante bem conservados de uma cidade romana de província. Memória das complicadas relações entre o cristianismo e o islão por volta do início do segundo milénio d.C., as fortalezas de Shobak e de Karak, no sudoeste jordano, lembram as vãs tentativas dos Cruzados de se apoderaram dos lugares santos do cristianismo.

Também a partir da capital jordana, e seguindo a estrada que liga às fronteiras do Iraque e da Arábia Saudita, há um percurso muito interessante, o dos chamados Castelos do Deserto. Trata-se de uma série de construções islâmicas datadas do século VII, com características variadas, possivelmente residência de emires e/ou instalações agrícolas de uma época em que a zona era fértil. Algumas são fortalezas, como a de Azraq (o Forte Azul de “Os sete pilares da sabedoria”), onde o tenente britânico T. E. Lawrence, que ficou conhecido por Lawrence da Arábia, estabeleceu o seu quartel-general durante a Revolta Árabe, em 1917/1918. A arquitectura destes edifícios, pelo seu carácter compósito, incorporando influências românicas, bizantinas, selêucidas e coptas, sublinha uma realidade frequentemente ignorada ou esquecida: não há culturas puras e impermeáveis, todas as culturas e civilizações humanas são construídas com contribuições muito diversas e estão, de uma forma ou de outra, em contacto contínuo entre si.

A Reserva Natural de Dana, vinte quilómetros a norte de Petra, tem vindo a tornar-se popular entre os amantes do trekking (percurso muito interessante é o que liga a Reserva à antiga capital dos Nabateus), mas é o deserto do Wadi Rum, vizinho da fronteira com a Arábia Saudita, a grande estrela do ecoturismo na Jordânia. A classificação da área como Património Mundial fundamentou-se tanto em valores naturais quanto na riqueza histórica e cultural. O ecossistema do Wadi Rum inclui fauna e flora muito específica (lobos, hienas, gazelas, pequenos mamíferos, répteis e insectos) e a paisagem é belíssima, combinando dunas, desfiladeiros, vales amplos e formações rochosas, muitas delas com bizarras formas modeladas pela erosão, que se erguem no meio de um mar de areia rubra. Os percursos pelo Parque Natural do Wadi Rum, organizados apenas por operadores autorizados (das três tribos beduínas que vivem na área) contemplam o património natural e paisagístico e, igualmente, dimensões culturais — como núcleos de gravuras rupestres, as ruínas de um templo nabateu e vários aspectos da vida das comunidades beduínas seminómadas.

A região está ligada também à Revolta Árabe. Foi a partir do Wadi Rum que T. E. Lawrence e os seus aliados árabes lançaram o assalto final sobre Aqaba, então sob domínio otomano. O deserto foi palco da rodagem de Lawrence da Arábia, o filme de David Lean que narra alguns dos principais episódios da revolta que levou ao fim do Império Otomano e ao início de um período de influência britânica que mudaria radicalmente o curso da História no Médio Oriente.

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