Fugas - Viagens

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    Les Halles de Lyon - Paul Bocuse Mara Gonçalves
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Lyon, rejuvenescer sem esquecer o passado

O resultado desta herança gastronómica é o fervilhar de pequenos mercados locais e o surgimento de centenas de restaurantes, desde os gourmet, aos galardoados pelo guia internacional, aos tradicionais bouchons (restaurantes típicos de Lyon, originalmente formados por um corredor estreito onde os habitantes locais comiam ao balcão).

Part-Dieu, o segundo maior centro financeiro do país e onde vive a maior parte da população local, era até há pouco tempo o bairro mais moderno de Lyon, com os únicos (e poucos) arranha-céus da cidade. No entanto, a renovada Confluence promete retirar-lhe protagonismo.

A zona sul da Presqu’ile onde, como o nome indica, se unem o Saône e o Rhône, tem sido totalmente regenerada na última década. Foram erguidos novos edifícios de arquitectura contemporânea (Le Cube Orange é talvez a sua face mais excêntrica), com apartamentos, escritórios, restaurantes e galerias de arte, e um moderno pólo comercial e de lazer, com zonas exteriores ajardinadas e uma “praça aquática”. La Sucrière, armazém dos anos 1930 das antigas docas, é agora espaço de exposições e eventos, onde é organizada a Bienal de Arte Contemporânea. Em Dezembro, nascerá ali também o Musée des Confluences, dedicado às ciências, artes e sociedades.

“A cidade está a tentar mudar a sua imagem e modernizar-se”, conta Aïmée Reategui, assessora de imprensa do Turismo de Lyon. “Há muitas empresas a vir para cá e fala-se no interesse da Google em criar aqui um escritório. Seria óptimo porque revelaria que Lyon é uma cidade atractiva e dinâmica, pois só consegue sê-lo se houver emprego”, defende. Aïmée, de 25 anos, acaba por ser o próprio espelho destas mudanças. Tinha um emprego em Paris, onde sempre viveu, mas há dois meses mudou-se para Lyon “por causa da qualidade de vida”.

A cidade “tem tudo o que há em Paris mas sem os inconvenientes”, defende. “As coisas são mais baratas, as distâncias menores, encontrei o apartamento com varanda que nunca consegui ter em Paris por ser muito caro e existe à mesma uma vida cultural intensa, com festivais, espectáculos e exposições”, enumera. O evento mais famoso é a Fête des Lumières, que no início de Dezembro ilumina grande parte dos monumentos e edifícios da cidade.

No pequeno cais junto ao centro comercial de Confluence, apanhamos o novo Vaporetto, que desde Abril sobe e desce o Saône, ligando o novo bairro à Presqu’ile e Vieux Lyon. Depois de saborearmos o calmo passeio ao longo das renovadas margens do rio, saímos em Bellecour e percorrermos a Passerelle St. Georges, uma das mais bonitas pontes que listram os dois caudais, unindo toda a cidade.

Em poucos minutos passámos do bairro que quer simbolizar o futuro para regressarmos às vetustas ruas de Vieux-Lyon, fechando um circulo temporal. E é assim que deixamos Lyon, com a sensação de que passado e futuro vivem aqui de mãos dadas, não só permitindo uma viagem cronológica pela história da cidade como encontrando formas de readaptar cada bairro ao presente.

GUIA PRÁTICO

Quando ir

Tal como a cidade, o clima em Lyon também está na transição entre o temperado oceânico do norte francês e o mediterrâneo das praias a sul. Janeiro é o mês mais frio, com temperaturas médias a descer aos 3ºC, e Julho o mais quente, a rondar os 22ºC. Enquanto lá estivemos, os dias chegaram a incluir quatro estações, da chuva intensa ao calor. Evite as enchentes de turistas em Agosto.

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