E chegamos assim à II Guerra Mundial. Depois do bombardeamento que arrasou o centro de Nuremberga, parte do exército alemão refugiou-se em Rotemburgo sobre o Tauber. A ordem era, como sempre, para resistir até ao último homem. Tanto mais que esta cidade tinha um significado especial para os nazis, que a apelidaram de “a mais alemã de todas as cidades alemãs”. A 31 de Março, a cidade foi assim bombardeada, mas por sorte (e graças ao nevoeiro), o centro não foi atingido. Ainda assim, 40% de Rotemburgo foi destruída e as ordens dadas ao exército norte-americano, que estava a pouca distância, eram para que destruísse o resto da cidade, recorrendo à artilharia.
Só que, entre os responsáveis por este exército estava John McCloy, adjunto do secretário de Guerra norte-americano e responsável por várias decisões militares. Ele nunca tinha estado em Rotemburgo, mas a sua mãe sim. E ela pintara a cidade. O quadro fascinara-o em criança e, agora, ele que nunca lá estivera, não queria ver Rotemburgo reduzida a cinzas. Por isso, ordenou que fosse dada uma oportunidade aos soldados alemães para abandonarem a cidade e evitarem, assim, a sua destruição. O militar alemão que assumira, naquele dia, o comando dos homens ali estacionados, arriscando ser fuzilado por algum dos seus compatriotas, decidiu entregar a cidade aos norte-americanos, abandonando-a, com todos os seus soldados. Rotemburgo salvou-se. Sem dinheiro, os responsáveis pela cidade publicaram anúncios em jornais de todo o mundo, pedindo auxílio para reconstruir as muralhas e o centro histórico. Um passeio pela muralha vai mostrar-lhe como esse pedido foi atendido e a ajuda chegou de todo o lado — os nomes dos benfeitores estão gravados na pedra e os mais antigos têm associado a indicação “um metro” ou “dois metros”, indicando quanto da velha muralha foi reconstruída graças àquela contribuição. Hoje, Rotemburgo é de novo uma cidade rica. “Graças a vocês, os turistas. Obrigada por virem”, diz, sorridente, o guarda-nocturno.
Bamberga
A bela Bamberga, classificada pelo UNESCO como Património da Humanidade em 1993, e que tem um centro histórico repleto de edifícios medievais, góticos e neoclássicos, tem o seu mercado de Natal instalado na praça principal da cidade, a Maxplatz.
De noite ou de dia, os habitantes enchem o espaço e até o vendedor de enchidos se deixou contagiar pelo espírito da época, apresentando produtos envolvidos em papel com a imagem do Pai Natal. Mas Bamberga no Natal é também uma espécie de montra de presépios, que estão espalhados pela cidade, com diferentes tamanhos e de diferentes épocas.
O que precisa de saber sobre os presépios das igrejas (católicas ou protestantes) é que eles não se mantêm estáticos ao longo do tempo. Avançam à medida que o Natal se aproxima, voltam a mudar já depois de o dia 25 de Dezembro passar.
Na catedral, a 5 de Dezembro, já ficara para trás a cena da Anunciação, e apresentava-se a cena em que Maria conta a Isabel que foi visitada por um anjo e a notícia que este lhe levara. Neste fim-de-semana, o cenário deverá mudar de novo, para que os visitantes possam ver uma representação da viagem de Maria e José, em busca de um local seguro para o nascimento de Jesus. Os Reis só chegam lá para 6 de Janeiro de 2015.