É assim um pouco por toda a cidade, embora em pátios privados, algumas igrejas ou montras de antiquários possa encontrar já todos os elementos que compõem os presépios tradicionais. Vale a pena prestar atenção aos detalhes das figuras criadas no século XVIII, expostas em alguns locais, com as suas caras de cera e as roupas bordadas a fio prateado ou dourado. E, se for fã destas instalações, não deve mesmo perder o Museu da Natividade (Krippen Museum), que Eric Baumann criou em 2000, por uma questão de paixão. Pelos presépios, claro.
O coleccionador, estudioso e restaurador de presépios tem milhares destas peças guardadas, mas expõe, durante todo o ano, algumas delas. A exposição vai mudando, já que os cerca de 60 presépios expostos constituem apenas “um ou 2%” da totalidade da colecção, explica-nos. Será, por isso, muito difícil encontrar as mesmas peças expostas se decidir passar por lá mais do que uma vez ao longo do ano.
O mesmo não se pode dizer do presépio que, por esta altura, está exposto no Museu da Cidade, no fabuloso edifício da antiga Câmara Municipal, instalado sobre o rio Regnitz. Uma verdadeira raridade, uma obra-prima do barroco, o presépio com mais de 400 figuras integra a colecção privada dos Ludwig (uma família famosa pelo valor extraordinário da sua colecção de obras de arte) e está em exibição apenas na época natalícia, até 11 de Janeiro de 2015.
Seja para ver presépios ou para procurar o presente ideal em Maxplatz (e também lá está montado um presépio, claro), não faltam boas razões para visitar Bamberga nesta época.
Regensburg
Regensburg (Ratisbona) foi classificada pela UNESCO como Património da Humanidade em 2006 e não é difícil perceber porquê. A cidade é um livro aberto de história para cada lado onde se olha. As fachadas neoclássicas ocultam ou deixam ver pormenores que denunciam a origem medieval da maior parte dos palácios do centro histórico e Elizabeth Wurzinger, que nos guia pela cidade, não pára de nos incentivar a entrar em todos os pátios e a explorar o que se encontra dentro de cada porta aberta, porque há sempre mais tesouros escondidos. Há torres, muitas torres, espalhadas pelas ruas, a maior parte das quais já sem a parte superior, mas não deixa de ser divertido procurá-las entre os edifícios. Há arcos romanos ainda preservados em pleno centro histórico e a ponte de pedra do século XII, com cerca de 350 metros de comprimentos, está a sofrer um profundo restauro, que deve durar mais alguns anos, mas ainda pode ser atravessada a pé. Saindo praticamente incólume dos bombardeamentos Aliados na II Guerra Mundial (de novo, parece ter sido o nevoeiro a salvar a cidade), Ratisbona apresenta-se como “o único grande centro medieval na Alemanha ainda preservado” e só por isso já mereceria uma visita.
Mas é Natal e em Ratisbona isso significa que há uma razão extra para passar por lá. Porque os mercados são variados e podem ser visitados a pé, sem grande esforço. O maior de todos, de livre acesso, é o Christkindlmarkt, em Neupfarrplatz, onde o cheiro a vinho quente e a amêndoas torradas anda de mão dada com as meias de lã, os enfeites de vidro pintado, os anjos feitos de leves penas brancas ou os tradicionais enfeites em madeira de Nuremberga. Não muito longe, o Mercado dos Artesãos, em Haidplatz, tem artigos diferentes, de produção artesanal e um palco para espectáculos. Do outro lado do Danúbio, há o pequeno Mercado das Lãs, onde se vendem artigos neste material e muitas bebidas quentes.