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A Primavera só não é eterna porque às vezes brilha o Verão

Pelo caminho, até entrevemos camelos, com uma passagem pelo Camel Safari Park La Baranda, na Fataga, mas a cavalgada foi curta: quer-nos parecer que estávamos com mais pena deles do que eles de nós. Mais poesia encontramos à beira da barragem de Ayagaures, uma das muitas que impedem a secura da ilha e que formam os pequenos lagos que parecem ovnis líquidos na paisagem. Às portas da pequena vila, um quadro destaca poemas criados por crianças da escola local. Num deles se diz, escrito pela grande poetisa Chloe, de 10 anos: “Na outra margem do lago / vêem-se seis patos / o vento sopra / movem-se as folhas / vejo dois motoristas / saindo da água / estou a molhar-me”.

Da capital a la movida

Seja qual for o ponto da ilha em que se dedique à preguiça, é obrigatório um salto à capital (de Maspalomas são uns 60km). Particularmente para os, talvez poucos, é certo, que se lembrem de um pequeno hit luso dos anos 1980, criado por uma banda chamada Junção. Ainda há-de haver quem se recorde dos dias em que das rádios saía uma canção pop que nos embalava, ironica e oniricamente, até às Canárias e em que se cantava “Las Palmas, turistas nas calmas, mas quem diria, na praia, no bronze, acordas — é fantasia”.

É essa canção que não nos sai da cabeça enquanto fazemos o reconhecimento da capital, no nordeste da ilha. E é certo: pela longa avenida comercial, seguindo a praia urbana de Las Canteras, com uns 4km de areias douradas, temos um postal vivo de “turistas nas calmas” e muita “fantasia”. Com a sua baía de águas calmas, a cidade, que remonta ao século XV, é marcada pelo porto, pelas viagens transatlânticas e pela vizinha África, pela histórica passagem de Colombo, pelo cosmopolitismo entre os muitos visitantes e habitantes estrangeiros.

A Vegueta é o bairro histórico (de matriz gótica e com declaração de conjunto histórico-artístico nacional) e íman turístico obrigatório. Por entre traços seculares na solidez da pedra ou fachadas de linhas coloridas e com estatuária, é um conjunto de ruas e ruelas onde se lê a história das ilhas nos monumentos civis e religiosos, museus e teatros, mercados, lojinhas, cafés ou esplanadas. Desembocamos na Praça de Santa Ana e compreende-se logo o poder numa trilogia monumental: câmara municipal numa ponta, Catedral noutra, Palácio do Bispo de lado. E Casa de Colombo mais além. Pela nobre “casa” do navegador (onde se supõe ter ficado alojado), descobre-se toda a informação sobre a sua passagem canária e viagem “rumbo a lo desconocido”, como lemos numa parede, e podem apreciar-se peças de arte, incluindo cartografias preciosas e colecções de pintura ou arte pré-colombiana.

As nossas atenções centram-se ainda na imponente catedral do século XVI, união do gótico, renascentista e neoclássico. Entre as muitas artes a admirar, e em diferentes capelas, inclui-se a colecção do Museu de Arte Sacra mas também uma mostra singular: a do “corpo incorrupto” de um bispo das Canárias do século XIX, Buenaventura Codina. O corpo, rica e eclesiasticamente vestido, segue em exposição aberta com o rosto cadavérico a mirar-nos e a lembrar-nos que o tempo não perdoa.

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