Vamos para sul, rumo a Maspalomas, império turístico e imobiliário há mais de meio século, onde há cem mil camas para visitantes de todos os gostos e quase todas as carteiras. É por aqui, na Costa Meloneras, que fica também o célebre universo paralelo turístico que é a Playa del Inglés. E esse esplendor que é o parque natural das Dunas de Maspalomas, razão maior e natural da atracção. Mas já lá vamos.
Para já, concedam-nos o direito da preguiça: damos entrada num dos resorts tudo-incluído que fazem as delícias de grande parte dos banhistas. No caso, um da rede Riu, que, só por sua conta, gere uma dezena de grandes hotéis e complexos na ilha. Grande parte dos turistas vem com o destino marcado para uma destas cidadelas, como é o caso do nosso, o ClubHotel Riu Gran Canaria, um quatro estrelas que até parece cinco, moderníssimo, completamente renovado há pouco mais de um ano.
“Está como novo”, garante-nos Maurice Damen, director de vendas da Riu para as Canárias e Madeira, e nós acreditamos, porque realmente parece. Além de que opta por um look limpinho, mais minimal e menos dado ao kitsch habitual em espaços similares e mais anosos (felizmente, ainda há um kitschezinho aqui e ali, que isso faz parte e há muito cliente que aprecia, alguns por questões artísticas, outros só pela diversão).
O resort, que se prolonga até ao passeio marítimo deixando o olhar no mar, está cheio de famílias e grupos de amigos e aos nossos ouvidos (e olhos) o alemão parece dominar (a Alemanha tem uma verdadeira paixão por estas ilhas). Não em vão, ainda havemos de acabar na discoteca local, a Bubbles, a dançar canções pop alemãs dos anos 1980…
De resto, nada falta por aqui: quatro restaurantes com desfiles infinitos de gastronomias (incluindo asiática ou de comida canária), bares espalhados pelo complexo, salão de espectáculos (com show diário à Broadway — ainda apanhamos um dedicado ao Velho Oeste), piscinas e mais piscinas incluindo uma “infinita” (que tem a graça de, como o resort termina no passeio, ser “infinita” para o oceano mas permitir o surreal postal de vermos cabecinhas a passarem quase junto ao seu bordo), entretenimento e desportos à medida e programas para todas as idades, snacks 24 horas por dias, um grande coração verde ajardinado…
Algo nos diz que há muita gente que nem sai daqui para a praia, que começa a uns 10 minutos a pé. Mas que tem alta concorrência: saindo do resort e em direcção a um marco monumental local (o farol de Maspalomas, erigido em 1890), é admirar mais resorts (incluindo Riu), restaurantes, bares, casino, centros comerciais, turistas em passeio, desportistas, músicos, estátuas vivas, o Mickey e a Minie (sim, juramos que passaram por nós, provavelmente a caminho de algum trabalho)…
Naturalmente, com reserva
Assim que termina o betão, as compras e o passeio, começa a Reserva Natural das Dunas de Maspalomas, o espaço que foi preservado e cuja imponência havemos de admirar de várias formas, e que vai até à longa linha de praia (segue por 6km, muda de nome e continua). A reserva reparte-se por três áreas, o palmeiral, a “Charca” (uma lagoa, digamos) e as dunas.