Viagens singulares
Não é incomum as agências de viagens terem um serviço normalmente chamado de “viagens à medida”. O que é menos habitual são agências especializadas neste tipo viagens, espécies de lâmpadas de Aladino em que os desejos mais insuspeitos são prontamente realizados: em vez de esfregá-las, conversa-se. São agências em que o conceito de atendimento personalizado é levado ao extremo e os impossíveis são poucos. Uma lua-de-mel à volta do mundo? Uma viagem solitária à Polinésia Francesa? Podiam ser extravagâncias do outro mundo, mas a Travel Tailors tornou-as possíveis neste mundo — neste momento, será das poucas agências de viagens portuguesas com este formato “à medida”.
Foi em 2010 que três amigas com diferentes formações universitárias decidiram unir esforços e dedicar-se a realizar sonhos — sonhos que compreendem bem, porque são elas próprias viajantes assíduas. A Travel Tailors nasce assim com vocação para atender viajantes que gostam de viajar sozinhos (maioritariamente mulheres) ou com amigos, nas datas por eles escolhidas, ou seja, “sem grupos ou datas obrigatórias”, explica Raquel Ribeiro. Recebem clientes com os desejos bem definidos e investigação feita na Internet e outros com ideias vagas.
Não se chega, porém, à Travel Tailors completamente “em branco”. O seu site apresenta diversos programas formatados que Raquel Ribeiro diz serem “propostas para inspirar os clientes e inteiramente abertas à customização”: algumas foram idealizadas pela agência, outras são viagens concretizadas para clientes que revelam potencial e há ainda itinerários de outras agências similares “que podem resultar mais económicos” em determinados contextos. Porém, nunca fizeram nenhum programa tal qual é apresentado no site, houve sempre adaptações.
Mesmo se há tendências de destinos anuais. Este ano, São Tomé e Malásia, que sucedem à Austrália e Nova Zelândia, ao Sudeste Asiático, aos safaris africanos e ao Peru e Argentina — e assim se contam os anos de vida da Travel Tailors. E quem busca estas viagens são normalmente quadros superiores ou profissionais liberais com formação superior e idade entre os 25 e os 55 anos. Isto entre os portugueses, porque também há “exportação”, ou seja, estrangeiros a visitar Portugal, sobretudo norte-americanos e canadianos, e aí a única diferença relevante é o nível etário, que sobe para os 50-70 anos. Todos buscam “conforto e distinção”, explica Raquel, “não tanto em preço como em serviço”. Gostam de cidades sofisticadas, de visitas “que permitam um contacto próximo com as culturas locais sem espírito de ‘excursão’ ou ‘rebanho’”, e, “num traço muito português”, sublinha, procuram combinar dias de intensa actividade cultural com o dolce far niente em praias exóticas. “A propensão para a aventura é moderada, não é um denominador comum.” E as luas-de-mel constituem dois terços do negócio.
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