Percebemos porquê quase de imediato. As plataformas onde estamos de pé oscilam ligeiramente, à medida que o Principezinho e a sua amiga raposa viajam, de planeta em planeta, procurando a rosa que deixou o menino louro sozinho.
As imagens são doces e coloridas e a ligação com o filme não se fica pelo 3D e pela plataforma oscilante. De repente, as personagens cruzam-se com um bando de morcegos que levanta voo, e o ar desloca-se junto aos nossos pés, como se os morcegos tivessem deixado o ecrã e voassem no meio de nós. O vento é uma constante, unindo-nos às belas imagens do filme que se desenrolam à nossa frente. Quando o Principezinho termina, a euforia dos robots já se desvaneceu. Agora sentimo-nos completamente imersos no imaginário infantil, como se tivéssemos regredido para uma época em que tudo era ainda possível. Estamos felizes e sossegados. Prontos, portanto, para irmos almoçar.
Pés a bailar sobre o vazio
Nem todas as actividades do Futuroscope são agitadas — mas estão sempre apostadas em misturar alguma adrenalina ao que há para fazer. A zona mais calma será, porventura, o chamado Mundo das Crianças, onde os mais pequenos, a quem estão vedadas algumas das sensações mais fortes do parque — como a Dança com os Robots — se podem divertir com imensas actividades à sua medida.
Pouco agitados, mas definitivamente proibidos a quem sofre de vertigens, são os dois locais onde se podem ter as melhoras vistas de todo o espaço. No Gyrotour entramos numa espécie de cápsula envidraçada, onde nos podemos sentar confortavelmente, enquanto somos elevados até quase 46 metros de altura, para uma vista panorâmica do parque de diversões e as áreas que lhe estão associadas, ligadas ao estudo e à investigação. A cápsula vai rodando, para que, mesmo sentado no seu lugar, possa ter uma perspectiva global do que está à sua volta. Menos confortável e mais, muito mais, emocionante, é o Aérobar. Aqui, é convidado a comprar uma bebida e a sentar-se numa das cadeiras presas a um bar central, redondo. O bar tem chão, mas por baixo das cadeiras não há nada: quando a plataforma completa se começa a elevar até atingir os 35 metros de altura, quem está sentado (e bem preso) nas cadeiras em torno do núcleo central, fica, literalmente, suspenso no ar, com os pés a bailar sobre o vazio. Lá em cima, os risos nervosos tomam conta de alguns dos clientes e há mãos que se recusam a soltar a estrutura central, a que se agarram com toda a força. Não olhar para baixo pode ser um bom conselho, mas quem resiste? Calma. São só oito minutos, o tempo para beber o que levou consigo, se tiver estômago para isso, ou para se interrogar aí umas 500 vezes o que raio lhe passou pela cabeça para se meter nisto.
Com os pés já bem assentes na terra, queremos experimentar o máximo do que ainda falta para ver, sobretudo as duas atracções premiadas internacionalmente – a aventura 4D do filme de Luc Besson, Artur e os Minimeus, distinguida como a Melhor Atracção do Mundo em 2011, e a Máquina do Tempo, com os loucos Rabbids, que recebeu a mesma distinção em 2014.