Fugas - Viagens

  • o canal Vembanad, à vista
das redes chinesas da ilha de
Vypin
    o canal Vembanad, à vista das redes chinesas da ilha de Vypin
  • Jew Town
Road, em plena Mattancherry,
está ladeada por lojas de
antiguidades e de especiarias
    Jew Town Road, em plena Mattancherry, está ladeada por lojas de antiguidades e de especiarias
  • Jew Town
Road, em plena Mattancherry,
está ladeada por lojas de
antiguidades e de especiarias
    Jew Town Road, em plena Mattancherry, está ladeada por lojas de antiguidades e de especiarias
  • Graff iti na Bastion Street,
junto à Basílica de Santa
Cruz. Na Jacob Road, ao
lado, tal como na Bazaar
Road, dezenas de graff iti
evocam temas culturais
do passado e do presente
de Fort Kochi
    Graff iti na Bastion Street, junto à Basílica de Santa Cruz. Na Jacob Road, ao lado, tal como na Bazaar Road, dezenas de graff iti evocam temas culturais do passado e do presente de Fort Kochi
  • Igreja de Nossa Senhora
da Esperança, na ilha
de Vypin.
    Igreja de Nossa Senhora da Esperança, na ilha de Vypin.
  • À direita,
em baixo, um
barco prepara-se
para desembarcar
passageiros num
recanto das
    À direita, em baixo, um barco prepara-se para desembarcar passageiros num recanto das "backwaters"

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Índia: Das coisas que achamos no caminho de Vypin a Mattancherry

Danças com deuses

Uma das experiências culturais mais estimulantes que o viajante pode ter no Querala é assistir a uma representação de kathakali, expressão artística única que combina dança, música, teatro, mímica e narrativas mitológicas, e que se desenvolveu no Sul da Índia a partir de tradições teatrais e musicais com raízes em rituais religiosos com mais de um milénio. Os temas destas representações são frequentemente episódios retirados do Mahabharata, um dos livros sagrados do hinduísmo, e referem-se a conflitos entre personagens divinas.

No início dos espectáculos, que se realizam todos dias ao fim da tarde (há em Fort Kochi duas companhias em actividade), começamos por assistir ao fascinante processo de caracterização dos actores, realizada em pleno palco, preparação que leva quase hora e meia. Seguem-se, depois, algumas explicações genéricas sobre o kathakali e sobre o método de obtenção dos pigmentos naturais usados na caracterização e o significado das cores. Bem interessante – e muitíssimo útil para a compreensão do que se passa em palco – é a explicação prática sobre a mímica, as expressões e as emoções que os actores interpretam com os movimentos dos olhos, os músculos da face e o corpo.

Perto de Trishur, em Cheruthuruthy, povoação situada a norte de Fort Kochi, existe uma prestigiada escola de actores, a Kerala Kalamandalam Deemed University of Art and Culture, aberta a visitas mediante agendamento (informação em www.kalamandalam.org). Durante a visita guiada a algumas salas de aula são fornecidas informações sobre o processo de formação, que pode durar seis anos. As homestay de Fort Kochi disponibilizam informação sobre os espectáculos e podem providenciar reserva de bilhetes.

Navegar num labirinto de água

As backwaters da costa do Malabar são constituídas por uma rede imensa de canais e ilhas, paralela ao litoral, que nesta zona do Querala é muito baixo e recortado. Fort Kochi situa-se junto à principal barra de comunicação de todo o sistema com o mar Arábico e é um dos pontos de partida para percorrer o vasto labirinto aquático que se estende por cerca de mil quilómetros e que é uma das regiões mais carismáticas da costa do Malabar.

O sistema inclui 38 rios, alguns lagos e uma miríade de canais, e continua a ser utilizado como via de comunicação, papel que desempenha há séculos. As backwaters tornaram-se, entretanto, uma importante atracção turística, conservando, ao mesmo tempo, as suas características de espaço rural – no Sul, na zona de Kollan, a paisagem é desenhada com vastos arrozais.

Algumas zonas, como as de Kadalundi e de Kallai, perto de Kodhikoze (a antiga Calecute), são muito procuradas por aficionados da observação de aves, embora os passeios de barco sejam a actividade mais popular entre os visitantes. As modalidades de visita e navegação pelas backwaters variam consoante a duração pretendida e a bolsa dos viajantes. A jornada tanto se pode resumir a uma volta pelos canais mais próximos do ponto de partida, como navegar dois ou três dias – ou mais – nos chamados houseboats, uma adaptação dos barcos tradicionais – conhecidos por kettuvallam –, construídos em madeira, tela de bambu e fibras de palmeira, e inicialmente utilizados no transporte de arroz.

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