E, a partir de Março do próximo ano, o palco do Carré será ocupado por um espectáculo vindo da Broadway e que é um clássico dos musicais: Pippin. O teatro recupera assim um espaço que já ocupou no passado, quando, em 1956 introduziu os musicais na Holanda, nessa altura com Porgy e Bess.
Royal Theatre Carré
Amstel 115 /125
Visitas guiadas aos sábados às 11h
Preço das visitas: 9,50€
Natal no museu
Abraham e Louisa Willet-Holthuysen gostavam de celebrar o Natal na sua casa junto aos canais de Amsterdão. Era o século XIX e os dois membros do casal tinham dinheiro e não tinham filhos, por isso era habitual chamarem as crianças filhas dos criados para virem até a um dos salões, onde estava montada a árvore, e aí receberem as prendas.
Filho de um médico, Abraham foi criado num ambiente em que a arte e a literatura eram fundamentais, por isso cedo desistiu do curso de Direito e, usando a sua parte da herança, começou a coleccionar peças artísticas. Louisa, com quem casou em 1861, era filha única e muito próxima do pai, que lhe incutiu um gosto pela escultura, o teatro, a literatura. Depois do casamento com Abraham, os dois foram morar para o número 605 de Herengracht.
Quando morreram, estes dois ricos coleccionadores de arte doaram a casa à Câmara de Amesterdão, que a transformou num museu. Agora, no Natal (e até 6 de Janeiro), a casa dos Willet-Holthuysen volta a ser uma festa, com árvores de Natal em vários salões, brinquedos espalhados e, na sala de jantar, uma mesa posta a rigor, com réplicas dos doces que se comiam no século XIX feitas por uma famosa pastelaria de Amesterdão.
Entramos para a cozinha, mergulhada numa luz agradável, vinda do exterior, e depois de uma breve introdução sobre o museu, subimos ao primeiro andar para conhecer os aposentos privados de Abraham e Louise — o salão onde ela recebia as amigas, o outro, ao lado, onde ele conversava com os amigos mostrando-lhes as mais recentes peças de arte que adquirira, a sala de jantar e, ao fundo do corredor, o pequeno estúdio para onde Louise ia para estar sozinha e olhar o jardim e onde hoje se ergue uma belíssima árvore de Natal.
Museu Willet-Holthuysen
Herengracht 605
Tel.: + 31 20 5231 822
www.willetholthuysen.nl
Horário: de segunda a sexta, das 10h às 17h (exposição de Natal até 6 de Janeiro)
Preço: 8,5€
Museu Cobra
Foi numa exposição do artista catalão Joan Miró em Paris que os artistas Asger Jorn e Constant, dois membros do que viria a ser o movimento CoBrA (um acrónimo de Copenhaga, Bruxelas e Amesterdão), se encontraram. A partir daí, dos contactos com outros artistas, e de alguma irritação com a forma como tinha evoluído o movimento surrealista, nasceu a ideia do Cobra.
Formado em 1948, o movimento durou 1000 dias, até 1951, durante os quais muita coisa aconteceu — mas, sobretudo, duas grandes exposições onde se apresentaram grande parte dos trabalhos destes cerca de 20 artistas que defendiam (a fundação do movimento, num café de Paris, começou, claro, com a elaboração de um manifesto) que o surrealismo se tinha tornado demasiado racional e que esse excesso de racionalismo tinha conduzido o mundo à II Guerra Mundial. Queriam pensar como crianças, recuperar a espontaneidade e a liberdade na arte — muito misturada com a poesia escrita — e Miró era um dos seus heróis.