Fugas - Viagens

  • DR/Turismo de Donostia-San Sebastián
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  • Sousa Ribeiro
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San Sebastián, uma concha que se abre para todos

Por momentos, enquanto o mar dá uma trégua na sua violência, perscruto tudo à minha volta; sob uma luz ainda tímida, uma concha que se abre enquanto fecho as páginas do programa de festas de San Sebastián.

Que logo volto a abrir.

A música abre as hostilidades no mês de Maio, com a realização do Thanks Jimy, uma réplica do homónimo de Wroclaw e cujo objectivo passa por bater o record do Guinness de guitarristas interpretando o clássico Hey Joe de Jimmy Hendrix. Para Maio está igualmente agendada a inauguração do 1516-2016, tratados de paz, reunindo três centenas de obras de Goya, Rubens, Murillo, Zurbaran, Le Corbusier e Picasso provenientes dos museus do Louvre, Prado e Reina Sofia e que poderão ser apreciadas, até Outubro, em San Telmo e no Koldo Mitxelena, inaugurado em 1994 e compartindo as funções de biblioteca e de centro cultural. Entre 20 e 22, decorre a sétima edição do festival Olatu Talka, um projecto criado em 2010 que engloba música, teatro, gastronomia, desporto e tecnologia e que tem como motor principal a participação dos cidadãos. Durante uma semana (entre 28 de Maio e 5 de Junho) terá lugar o Festival Mundial de Marionetas e Maio ficará também marcado pelo início (até Setembro) do Puentes de Transito, um programa que, em colaboração com Wroclaw, Dublin e Ljubliana, transformará as pontes da cidade em espaços abertos a festivais de teatro, música e literatura.

Celebrando o 400.º aniversário da morte de William Shakespeare, San Sebastián presta homenagem à obra do dramaturgo inglês entre 21 de Junho e 24 de Julho, em Sonho de uma noite de Verão. Julho, um dos meses que mais turistas atrai, promete acontecimentos relevantes: Paredes que falam (até 31 de Agosto), em que os murais pintados em diferentes paredes servirão de espaço cénico para danças e projecções; De repente, Europa (entre 9 e 16 no palácio Miramar), juntando os melhores improvisadores de canto do continente num encontro internacional das tradições orais das culturas europeias.

Em Setembro, uma caravana de bois percorrerá a distância entre Quintanar de la Sierra (Burgos) e Pasaia, transportando madeira para a construção da Nau de San Juan e, em Outubro, Tratos propõe uma releitura a partir de uma óptica contemporânea da comédia cervantina Los tratos de Argel (1580), com um elenco internacional de actores que viveram a experiência de serem imigrantes em países da Europa.

San Sebastián está pronta para o desafio. Para apreciar os aromas de uma nova era. Para desfrutar do seu fabuloso destino.

 

A maqueta encomendada por Deus

São como duas sentinelas, vigiando a cidade que se estende para um lado e para o outro, romântica, elegante e inspiradora. “Antes de criar o Paraíso, Deus encomendou uma maqueta. Quando a maqueta estava terminada, o Senhor aprovou-a e as obras do Paraíso logo se iniciaram e foram concluídas. Mais tarde, os anjos perguntaram ao Senhor o que deviam fazer com a maqueta e Deus ordenou: Podeis colocá-la em algum lugar do mar Cantábrico. E aquele lugar era San Sebastián. E assim nasceu a nossa cidade.” Chauvinismo à parte, é desta forma, poética, que José María Mendiola (1930-2003), escritor, jornalista e prémio Nadal em 1962 pela sua obra Muerte por fusilamiento, olha para a cidade onde nasceu e viveu a maior parte da sua vida, um olhar que é comum a muitos dos donostiarros.

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