Fugas - Viagens

  • DR/Turismo de Donostia-San Sebastián
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  • Sousa Ribeiro
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San Sebastián, uma concha que se abre para todos

De um lado, o monte Igueldo; do outro, o monte Urgull, uma península rochosa que serve de fronteira natural entre a baía de la Concha e a Playa de la Zurriola, por sua vez fechada a este pelo monte Ulía. Entre um e outro, ao longo do passeio marítimo mais personalizado de San Sebastián, uma longa varanda branca de ferro forjado que é o emblema por excelência desta urbe com um pouco menos de 200 mil habitantes e capital da província de Guipúzcoa.

O monte Urgull é um permanente convite a uma errância pausada, à descoberta das suas múltiplas fortificações, dos seus viçosos espaços verdes e dos seus miradouros, uns mais escondidos do que outros e que oferecem algumas das melhores panorâmicas sobre a cidade, da baía de la Concha e do mar que se estende até perder de vista. Não muito longe, naquele que é um dos lugares mais românticos de San Sebastián, facilmente se encontra o Cemitério dos Ingleses, de frente para o Cantábrico e lugar de repouso eterno para os soldados britânicos que lutaram para pôr fim ao domínio francês e contra os carlistas. Uma subida, sem elevado grau de dificuldade, conduz ao Castelo da Mota, mesmo no lombo do monte — encimado por um Sagrado Coração que sobe 30 metros nos céus —, de onde San Sebastián parece ainda mais formosa.

Ao fim de algum tempo de contemplação, inicio a descida, insinuando-me pelas sombras do Paseo de los Curas, um percurso bordejado de árvores que em tempos de antanho era percorrido pelos padres enquanto liam os seus breviários. Silente a esta hora, o caminho transforma-se num verdadeiro formigueiro humano nos dois primeiros domingos de Setembro, quando têm lugar as tradicionais (as primeiras foram realizadas em 1879) regatas traineiras. A golpes de remos, lutando contra a forte ondulação, homens musculados tentam conduzir as suas embarcações o mais rapidamente possível, deixando que se pinte na imaginação dos espectadores a origem desta prova: em tempos idos, as primitivas competições tinham como objectivo a caça da baleia — um vigilante, ocupando o seu posto no cimo do monte Urgull, acendia uma fogueira mal avistava uma e a primeira traineira que cravava os arpões tinha o direito a ficar com o cetáceo, enquanto todas as outras regressavam ao porto.

É precisamente junto ao porto (pesqueiro e desportivo), com os seus multicoloridos barcos dos arrantzales, que se encontra o Aquarium, um edifício debruçado sobre o mar que data de 1928, mas alvo de uma remodelação relativamente recente e situado no Palacio del Mar de la Sociedad Oceanográfica de Guipúzcoa. Entre outras atracções (o Aquarium recebe mais de 300 mil visitantes por ano), como tubarões, raias, tartarugas marinhas e outras espécies que nadam num tanque, mais as diferentes técnicas de pesca ao longo dos tempos, pode-se observar o esqueleto da última baleia capturada nas costas da província.

A manhã vai despertando, as esplanadas começam a encher-se e o sol faz a sua aparição, com os seus raios tépidos mas bem-vindos nestes dias de Inverno.

Servindo de complemento, a curta distância do Aquarium está o Museu Naval, um lugar obrigatório para todos aqueles (mas não só) que se interessam por essa cumplicidade entre os bascos e o mar, as epopeias e as aventuras (e tantas desventuras) dos baleeiros, bem como maquetas e cartas de navegação que testemunham esse passado quase sempre marcado pela turbulência e tantas vezes banhado de lágrimas.

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