Visto de fora, com os seus 12 pisos, com um restaurante na parte mais alta (decorado com um belo mural no qual se pode ver uma manada de touros em movimento, uma obra que tem igualmente a assinatura de Santiago Calatrava), o palácio parece agora, mais do que nunca, um insecto que se prepara para levantar voo.
Passear pelo Palau de les Arts Reina Sofia e pela Ciutat de les Arts i de les Ciències, com o seu Hemisfério, o Umbracle (estufa), o Museu das Ciências Príncipe Felipe e o Oceanário, é também uma viagem que impele o viajante a voar, transportando-se do presente para o futuro numa cidade espanhola que combina como poucas tradição e modernidade, laranjas com paellas, futebol com Fallas e que há muito deixou de ser apenas um ponto de partida para o hedonismo de Ibiza.
Valência é, cada vez mais. um ponto de chegada.
GUIA PRÁTICO
Como ir
A TAP viaja diariamente entre Lisboa e Valência (voos operados pela Portugália), com uma tarifa (bilhete de ida e volta) a rondar os 250 euros. O aeroporto daquela cidade espanhola está localizado na povoação de Manises, a escassos oito quilómetros do centro da cidade, e é servido tanto por autocarros como por metro. De autocarro, tem duas opções, uma utilizando o aero-bus, um serviço directo que funciona de 20 em 20 minutos entre as 6h e as 22h (2,50 euros) e a linha 150, entre as 5h25 e as 22h (1,05 euros). De metro (a estação é sob o terminal de voos regionais e funciona entre as 5h29 e as 22h29 de segunda a sexta, entre as 5h48 e as 22h28 aos sábados e entre as 7h08 e as 21h08 aos domingos e feriados), tanto pode recorrer à linha 3 como à 5. O custo do bilhete depende do número de zonas (no máximo 4,90 euros, incluindo cartão, ou 8,40 se optar por ida e volta) mas também tem a possibilidade de adquirir o bonometro (10 viagens e um máximo de 20 euros) ou um cartão turístico que lhe oferece transporte público urbano gratuito nas zonas A e B (incluindo viagem de e para o aeroporto) e descontos em lojas, restaurantes e museus por 15, 20 ou 25 euros, para 24, 48 e 72 horas, respectivamente. De carro, entre Lisboa e Valência, são mais ou menos mil quilómetros, um percurso que pode fazer sem quaisquer custos com portagens, passando por Elvas e seguindo depois em auto-estrada até encontrar o desvio para Ciudad Real, pela N340, e desde esta até Valência, sempre em auto-estrada.
Quando ir
Devido à sua posição geográfica, Valência beneficia de um clima tipicamente mediterrânico, caracterizado por invernos suaves e verões calorosos e com uma temperatura média anual a rondar os 18 graus. Podendo ser visitada durante todo o ano, a cidade regista maior precipitação nos meses de Outono e, uma vez que está situada junto ao mar, sofre a influência das brisas constantes, o que faz com que os termómetros raramente ultrapassem os 30 graus nos meses de Verão, enquanto no Inverno (uma média entre 150 e 200 horas de sol por mês) muito dificilmente baixam dos sete ou oito.
Onde comer
A pouco mais de uma centena de quilómetros de Valência, em Denia, encontrará um dos oito restaurantes espanhóis — e o único na Comunidade Valenciana — premiados com três estrelas pelo guia Michelin. Mas se não quiser percorrer a distância ou tiver dificuldade em reservar uma mesa no conceituado El Poblet, Valência proporciona-lhe experiências gastronómicas inesquecíveis, desde logo no homónimo de Denia (www.elpobletrestaurante.com), no primeiro piso da Calle Correos, 8, também propriedade de Quique Dacosta e classificado com uma estrela Michelin. A cidade oferece, ainda, outros três espaços que gozam do mesmo estatuto, como o Ricard Camarena (www.ricardcamarenarestaurant.com), no Carrer del Dr. Sumsi, 4, o RiFF (www.restaurante-riff.com), na Calle Conde de Altea, 18, e o La Sucursal (www.restaurantelasucursal.com), na Calle Guillem de Castro, 118, no primeiro piso do IVAM (Instituto de Arte Moderna de Valência), o primeiro museu do género a abrir em Espanha. Numa cidade com uma infindável oferta gastronómica, também é possível provar, a preços mais em conta, algumas das especialidades que têm a assinatura dos prestigiados Quique Dacosta e Ricard Camarena: no caso do primeiro, o Mercatbar, na Calle de Joaquín Costa, 27, e o Vuelve Carolina, também na Calle Correos, 8; no caso do segundo, no Canalla Bistro, na Calle Maestro José Serrano, 5, em Ruzafa, o bairro da moda por excelência em Valência, ou no imperdível Central Bar, no interior do mercado central, na plaza Ciudad de Brujas, ou, ainda — aberto apenas em Setembro do ano passado — no Habitual, no mercado de Colón, no Carrer de Jorge Juan, 19.