Fugas - Viagens

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Em Málaga também pode chover

O acesso à zona do passadiço está sujeito prévia marcação e compra de bilhete, havendo autocarros que fazem a ligação entre o final do percurso e o ponto de partida.

Embora o percurso seja acessível, absolutamente seguro e não exija qualquer especial preparação, a empresa adverte que “pode causar impacto nos utilizadores mais impressionáveis”. Mas esse é precisamente um dos maiores atractivos do Caminito del Rey.

Museu Automobilístico
Tesouros portugueses para turista apreciar

Pode-se estranhar entrar num dos museus com maior visibilidade de Málaga e encontrar um recheio em português. É o que acontece com o Museu Automobilístico, que exibe uma colecção com cerca de 100 veículos, através dos quais se pode compreender e admirar a evolução da indústria da construção automóvel.

Quase todos exibem matrículas portuguesas, o que se explica pelo facto de se tratar de uma colecção de um português, que terá encontrado na cidade de Pablo Picasso as condições que entendeu serem as ideais para exibir ao público as suas jóias. 

E até teve reconhecimento real, já que na zona de recepção se vê documentada em grandes fotos a presença dos reis de Espanha, tanto Juan Carlos como o actual, em visita ao museu na companhia do coleccionador português.

João Magalhães é herdeiro de um importante industrial do têxtil nortenho de meados do século passado, cujo gosto pelos automóveis o levou a coleccionar exemplares de grande valia e raridade. Ao gosto do pai, João juntou a atracção pela alta costura e, a par com as viaturas, o museu exibe também uma colecção de vestidos das casas Chanel, Yves Saint Laurent, Lanvin e Dior, através das quais melhor se entende o espírito da época e o conceito e objectivos dos construtores de automóveis.

Entre a quase centena de veículos, há carros com história e outros exemplares raros que fazem a história da indústria automóvel. Criteriosamente arrumada por épocas e estilos, começa com o veículos da Belle Epóque, onde se apreciam exemplares de finais do século XIX e o início da I Grande Gruerra.

Seguem-se os “Dourados Anos 20”, com exemplares de rara beleza e impacto, como um Hispano Suiza, um Lancia de 1921 ou um Studebaker americano. Na secção de “Carros Populares” há o primeiro Fiat 500 (1936), um Austin Seven ou o estranho e raríssimo Fuldamobile (1955, com apenas três rodas que, pelas suas formas arredondadas, ficou conhecido como “o ovo”.

Há ainda exemplares fabulosos do período Art Deco, como o modelo da Lancia que era utilizado por Mussolini nas paradas militares, ou o Packard branco que era então a viatura oficial da Casa Branca. Entre os “Carros de Desenho” está o elegante Peugeot Eclipse (1937), um Panhard et Levassor (França, 1938) ou um imortal Citroën Boca de Sapo descapotável.

Há também “Carros de Sonho”, como um Cadillac de 1947 ou o Chrysler que foi a viatura oficial do presidente Craveiro Lopes; carros de “Edição Limitada, onde desponta o Rolls-Royce decorado com cristais Swarovski, até protótipos pioneiros na experimentação de energias alternativas, um raro Ferrari 250 GT Speziale e o lendário Mercedes 300 SL “Asas de Gaivota”.

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