A pé ou de bicicleta
A curta distância de Tewkesbury, muito popular entre os turistas, surge a tranquila vila de Winchcombe, com as suas lojinhas de antiguidades, as suas padarias e os seus talhos, os seus pubs e salas de chá, o seu mercado e a sua arquitectura dourando à luz do sol, os seus museus, jardins e fontes, bem como as ruínas da abadia Hailes, no passado um dos maiores centros de peregrinação do país. Mas a principal atracção da vila que foi capital da Mércia (um dos sete reinos anglo-saxónicos) e uma das mais importantes de Cotswolds até à Idade Média encontra-se nos arredores, o Sudeley Castle, em tempos o retiro preferido dos monarcas Tudor e Stuart e o local de eterno descanso para a rainha Katherine Parr, a sexta mulher do rei Henrique VIII e cujo túmulo em mármore se pode ver na capela de St. Mary’s Sudeley antes ou depois de um passeio pelos jardins bem tratados que rodeiam esta imponente estrutura do século XV.
Winchcombe, com pouco menos de cinco mil habitantes, pode também servir de base para alguns passeios a pé (ou de bicicleta, como a National Route 45, passando por Stonehouse, Stroud, Nailsworth e Cirencester) por uma região perfeita para caminhadas ao longo de mais de cinco mil quilómetros de trilhos, entre eles o tentador Cotswolds Way, um percurso de mais de uma centena de quilómetros que poucos se atrevem a completar, preferindo caminhar ao longo de secções do trajecto que acabam sempre por desaguar numa vila que recebe de forma calorosa, colonizando a vontade de prosseguir.
Muitas delas praticamente não sofreram alterações desde a época medieval, mantendo um carácter que apenas sofre uma metamorfose nos meses de Verão, quando as suas ruas são invadidas por um verdadeiro formigueiro humano. Na Primavera ou quando o Outono já se anuncia, revelam a sua essência mais pura, como Broadway, que tantos escritores, artistas e compositores foi atraíndo ao longo dos séculos, encantados com a sua localização aos pés de uma escarpa pronunciada. Para quem sente dificuldade em conviver com as multidões, os arredores de Broadway oferecem alternativas mais serenas, como a igreja de St. Eadburgha (século XII) e, mais para cima, após uma caminhada de quase três quilómetros, na crista da escarpa, a Broadway Tower, uma torre gótica do século XVIII que acolhe uma pequena mostra de William Morris, artista tão fortemente associado ao revivalismo das artes têxteis, e que, como uma varanda debruçada sobre um vale, oferece vistas soberbas.
Stow-on-the Wold é, mesmo não estando definido anteriormente, o destino que se segue. O sol continua a brilhar e a tornar doces como o mel as paredes das casinhas que podiam figurar num conto de fadas — e por isso tão sedutoras aos olhos das crianças. As suas ruas são como vielas, ideais para conduzirem, num tempo que já não é deste tempo, os rebanhos para a feira, localizada na praça central (acarinhada por edifícios elegantes), ainda hoje o coração desta vila considerada estratégica durante a ocupação romana — situada na junção de seis estradas, também por ela passava a importante Fosse Way.