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    Casa da Avenida, exposição “This is not a chair” DR
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    Moscatel de Setúbal Experience DR

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Setúbal: Três casas, dois largos e um quiosque

 

Moscatel de Setúbal Experience
Moscatel com todos

“Pastel de bacalhau com redução de moscatel, caipirinha de moscatel (moscatinha), sangrias que levam moscatel, saladas com vinagretes de moscatel e gelado de moscatel”, enumera o chef Vasco Alves, que abriu recentemente o Moscatel de Setúbal Experience, mesmo no centro da cidade. “Achei que devia haver um espaço em Setúbal que dignificasse um vinho que é um produto que potencia a cidade e a região. Foi o primeiro projecto que imaginei quando aqui cheguei.” Vindo “emprestado” da Escola de Hotelaria e Turismo de Lisboa para a de Setúbal, acabaria por decidir viver na cidade. Lembra que o moscatel de Setúbal “é o 3.º vinho mais importante de Portugal, a seguir ao vinho do Porto e da Madeira, e que nos últimos três, quatro anos, ganhou tudo o que é prémios”.

Além das refeições, em que o moscatel entra sempre, os clientes podem “experimentar o próprio moscatel das várias casas agrícolas da região aqui presentes”.

Vasco Alves prefere não chamar “quiosque” ao espaço. “O arquitecto [João Veríssimo] chamou-lhe box, uma caixa 3 por 3, preta e perfurada. O objectivo de ser perfurada é para não entrar em choque com a fachada e permitir ver-se os azulejos do edifício”, descreve.

Paula Milho, que o acompanha no projecto, diz que “o acolhimento dos turistas e dos setubalenses tem sido muito bom” e que os “pastéis de bacalhau e a bifana com molho moscatel são os pratos mais procurados”. Diz que este “é um espaço para Setúbal” e que pretende mostrá-lo “em feiras e outros encontros, para divulgar mais o moscatel e para incentivar as pessoas a criarem mais espaços destes”. Neste sábado, vão estar na 8.ª edição da Feira Observa Natura, na Herdade da Mourisca.

A par da box, o chef está a reabilitar um edifício no Largo da Ribeira Velha, ali perto, onde irá instalar um hostel e um restaurante: “Pus a cozinha na montra. Será um restaurante português, vai vender peixe e carne grelhados, trabalhar o carvão. É um hostel-boutique. A Baixa começa a aceitar este tipo de desafios. O nome é De Pedra e Sal (por analogia com estarmos cá de pedra e cal). Nos próximos 20 anos, Setúbal vai ter de me aturar com estes projectos”, diz divertido.

De Pedra e Sal pretende ser também um espaço de convívio, “vamos ensinar as pessoas a cozinhar, organizar workshops e team cookings”.

Vasco Alves sugere ainda que os visitantes vão jantar à Escola de Hotelaria e Turismo de Setúbal, às quintas-feiras. “Por 15€, com tudo incluído, assistem a uma aula ao vivo feita pelos alunos e têm a experiência de visitar as cozinhas, perguntarem aos alunos como é que se fazem as coisas. Os clientes ficam fãs, têm um atendimento atencioso e fazem parte de três aulas: uma de bar, uma de cozinha e uma de mesa. É excepcional.”
Para o chef, “não basta estar na moda, temos de fazer por merecer estar na moda”. Aquilo que mais o apaixona em Setúbal, além da gastronomia, é a informalidade de receber as pessoas. “São carinhosas, têm muito orgulho na cidade e têm uma ingenuidade que faz daqui um turismo caseirinho… Quando cheguei aqui, fazia uma pergunta sobre um lugar e as pessoas levavam-me lá. Fosse a pé ou de carro. Iam comigo. Eu passei a fazer o mesmo”, diz, e conta como fez três viagens para levar sete russos a um sítio especial para eles almoçarem. “No fim, queriam dar-me 20 euros”, conta e ri-se. “Aprendi a ser assim aqui em Setúbal.”

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