Fugas - Viagens

  • O Parlamento é uma das atracções que vale a pena visitar em Berna (na foto, o mercado das cebolas, que acontece em Novembro)
    O Parlamento é uma das atracções que vale a pena visitar em Berna (na foto, o mercado das cebolas, que acontece em Novembro) Pascal Lauener/Reuters
  • Praça do Palácio Federal Suíço
    Praça do Palácio Federal Suíço Michael Buholzer/Reuters
  • Vista sobre a cidade velha
    Vista sobre a cidade velha Stefan Wermuth/Reuters
  • Centro Paul Klee
    Centro Paul Klee Jean Pierre Clatot/AFP
  • Casa Albert Einstein
    Casa Albert Einstein Pascal Lauener/Reuters
  • Os famosos Toblerone são fabricados na zona de Berna
    Os famosos Toblerone são fabricados na zona de Berna Ruben Sprich/Reuters

Continuação: página 2 de 5

O génio discreto de Berna

Dada a sua reduzida dimensão, Berna é uma cidade que pode e deve ser percorrida a pé. Os pontos mais importantes de visita estão à distância de alguns passos. Por isso, quando menos esperar, vai dar de caras com a catedral, um edifício imponente cuja construção começou em 1412 e se prolongou ao longo de gerações consecutivas. O seu campanário, por exemplo, só ficou concluído em 1893. O templo neogótico que inicialmente fora dedicado a São Vicente, como tal cristão, com a Reforma (1528) tornou-se protestante.

A catedral tem a torre de igreja mais alta de toda a Suíça, com 100 metros de altura. Beneficie desse facto para ficar com uma visão panorâmica da cidade. Uma vez nas alturas verá que nunca mais vai esquecer o número de degraus que teve de subir: 344. O fôlego recupera-se com o alcance da vista que chega aos Alpes e os seus cumes nevados durante grande parte do ano.

A subida aos céus tem um custo de cinco francos suíços mas para visitar o templo não tem de pagar nada. Vá, no entanto, preparado. O rico recheio católico foi todo retirado — a única excepção que escapou à iconoclastia da Reforma fica por conta do portal principal e da sua representação do Juízo Final (1475). O movimento, a cor e a mensagem desta alegoria composta por 61 personagens que simbolizam o céu e o inferno deve ter agradado aos protestantes que a mantiveram. O posto de turismo oferece visitas guiadas em diversas línguas ao monumento. Reserve com antecedência.

À volta do templo são frequentes os mercados tradicionais como o da carne (à terça) e do queijo (à quinta). Previna-se com espaço na mala.

Génio em Berna

No modesto segundo andar do número 49 da Rua Kramgasse, por cima das típicas arcadas, viveu durante cerca de três anos com a sua família o génio da física Einstein, na altura empregado num escritório de patentes. O local foi transformado em casa-museu onde encontra mobiliário desse período, algumas fotografias e textos explicativos. Assim sinaliza Berna que foi aqui, nesta cidade, que o célebre cientista deu à luz a sua Teoria da Relatividade, em 1905.

A apenas 200 metros fica a famosa Torre do Relógio (zytglogge) que na sua origem foi a primeira porta da cidade (1191-1256) mas que posteriormente chegou a funcionar como torre de guarda e prisão. O relógio astronómico, um dos mais antigos da Suíça, é, no entanto, mais recente, embora tenha tecnologia do século XVI.

Uma multidão acerca-se quatro minutos antes da hora certa para admirar o curioso canto do galo e a “dança” dos ursos que marcham em volta de uma figura sentada. À hora exacta, o Cavaleiro de Ouro, no topo da torre, martela o sino de bronze. Embora o espectáculo não se equipare ao da Marienplatz de Munique, se estiver nas imediações, tente não faltar.

Foi a observação diária dessa torre que terá dado a Einstein as bases para a Teoria da Relatividade. O seu pressuposto era o de que a descrição do movimento depende do nosso ponto de observação. Ao viajar de eléctrico para o trabalho, ele observava a torre “afastar-se”. Então o génio da Física formulou a tese de que se o veículo se movesse à velocidade da luz, o relógio da torre parecer-lhe-ia mostrar sempre a mesma hora, enquanto os ponteiros do seu próprio relógio continuariam a mover-se: o tempo era então relativo.

--%>