Se na casa-museu fica a conhecer o ambiente em que vivia o físico, no Museu Albert Einstein pertencente ao Museu Histórico de Berna (Helvetiaplatz, 5), do outro lado do rio, depara-se com a biografia do homem e as suas descobertas mais revolucionárias, explicadas ao pormenor. É o caso das ondas gravitacionais previstas teoricamente há cem anos por Einstein e que foram notícia em 2015. Os seus trabalhos incluem também estudos sobre teoria quântica e importantes contribuições para a cosmologia.
Em cerca de 1000m² cabem centenas de objectos originais e réplicas, documentos escritos, fotografias, dezenas de filmes e animações tendo sempre por pano de fundo a História do século XX.
Casa de todos os suíços
Quando chegou a altura de erguer a sede do Governo e do Parlamento, o arquitecto suíço Hans Wilhelm Auer viajou por todo o mundo à procura da solução adequada ao seu país. O local que mais o inspirou foi Washington, o que se nota, desde logo, pela cúpula do edifício conhecido por Bundeshaus.
No entanto, no que toca a interiores e representações simbólicas da Suíça, é tudo nacional. Artistas oriundos de todos os cantões idealizaram um interior rico em pintura, escultura e marcenaria. As obras começaram em 1852 e terminaram em 1902.
Programe a sua vinda ao parlamento com alguns dias de antecedência. A visita guiada é gratuita e vale bem a pena. (Marcações pelo parlamentsbesuche@parl.admin.ch) É uma forma animada de conhecer os 168 anos de história desta capital e perceber como está organizada. Sabia que cada parlamentar tem a sua profissão, que não deixa de exercer, e que o custo do funcionamento do parlamento é de apenas 13 francos suíços por habitante ao ano?
Logo à entrada, no hall abobadado, tente descobrir a que idiomas oficiais correspondem as quatro estátuas. Ao alemão que é falado por 65% da população, ao francês por 23%, ao italiano por 8,5% e o romanche (0,5%), uma língua que se acredita descender do latim e que é aparentada do italiano, do sardo e do romeno.
A visita continua pelas duas câmaras, o Conselho Nacional e o Conselho dos Estados, onde se percebe o trabalho realizado por cada uma, e termina na Sala dos Passos Perdidos, que destoa das restantes pela ausência de qualquer pintura mural. A excepção fica por conta do tecto onde figuram as virtudes. Um facto premeditado para que, através das grandes janelas, os deputados e restante staff não percam de vista a verdadeira paisagem, os Alpes, o símbolo da eternidade.
Já que se fala em montanha, os picos mais altos da Suíça, como o Jungfraujoch (3454 m de altitude) estão nas imediações. Mais perto, porém, fica Gurten, para onde se recolhem de Verão os habitantes de Berna para usufruir de passeios pela natureza e de Inverno para se dedicarem aos desportos de neve.
Rosas e ursos
Segundo uma lenda, Berna deve o seu nome à palavra urso (bär em alemão). O fundador da cidade, Berthold V duque de Zähringen, terá prometido que daria o nome da cidade ao primeiro animal que abatesse numa caçada. Não fica difícil adivinhar qual foi. Como na Suíça não fazem as coisas por menos, é possível ver uma família de ursos-pardos a brincar, nadar na piscina privativa, trepar um tronco ou comer tranquilamente em plena cidade e sem pagar bilhete.