Fugas - Viagens

Jonatas Luzia

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Turismo e viagens: tendências para o(s) próximo(s) ano(s)

Para breve está também a oferta de lugares gratuitos na Ryanair. O prognóstico feito pelo director-executivo da companhia aérea low cost caiu que nem uma bomba de marketing na conferência da Associação de Operadores de Aeroportos, que se realizou em Londres no final de Novembro. Na “visão” de Michael O’Leary, começarão a existir tarifas gratuitas “nos próximos cinco a 10 anos”.

 

Voos de longo curso mais rápidos e sem escalas

A Boom Techonolgy apresentou em Novembro o primeiro protótipo do XB-1, o avião supersónico que a norte-americana está a desenvolver nos estaleiros em Denver, com o apadrinhamento da Virgin Galactic, uma das empresas na corrida do turismo espacial. Enquanto o futuro galáctico das viagens não descola, os avanços tecnológicos são aproveitados para voar mais rápido e durante mais tempo na órbita da Terra.

Um clube de fãs do Concorde – a aeronave civil mais rápida do mundo e o supersónico que operou voos comerciais durante mais tempo, até 2003 – continua a tentar devolver aos céus um dos aparelhos icónicos. Já o XB-1 promete ultrapassar a velocidade do Concorde e ligar Nova Iorque a Londres em três horas e meia. A primeira rota só deverá chegar, contudo, no início da década de 2020. Até lá, é o campeonato dos voos de longo curso que parece estar a aquecer.

Nos últimos meses, várias companhias anunciaram voos directos cada vez mais longos, permitindo ligar cidades longínquas sem recorrer a escalas. Em Novembro, a Air India começou a operar a rota directa mais longa de sempre, num voo de 15.300 quilómetros entre Nova Deli e São Francisco. Em 2018, a Singapore Airlines retoma os voos sem escalas entre a cidade de Singapura e Nova Iorque, subindo ao primeiro lugar do pódio: 16.500 quilómetros percorridos em 19 horas. Também para 2018 está marcada a estreia da primeira rota comercial regular sem escalas entre a Austrália e a Europa. A ligação operada pela Qantas vai ligar Perth e Londres em 17 horas (14.498 quilómetros).

 

Cruzeiros à volta do mundo

Algumas das principais empresas no sector dos cruzeiros vão inaugurar navios em 2017 e já anunciaram novidades nos itinerários oferecidos para as próximas temporadas. Para o final do ano, está também prevista a estreia do primeiro cruzeiro à volta do mundo da Viking Cruises, uma tendência em crescendo no mercado dos cruzeiros, com várias companhias a anunciarem nos últimos meses o lançamento de roteiros de circum-navegação nos próximos anos. Além da companhia norte-americana, que estreia a rota em redor do globo em Dezembro, numa viagem de 141 dias, também a MSC anunciou em Novembro o seu primeiro cruzeiro à volta do mundo, previsto para 2019.

 

Mais gadgets de fotografia e vídeo

O catálogo de novos gadgets e de apps de viagem não dá sinais de querer emagrecer. Antes pelo contrário. Segundo um estudo do Harris Poll, quase 80% dos jovens norte-americanos com idades entre os 18 e os 34 anos preferem gastar dinheiro em experiências do que em comprar carros ou casas. Querem ter vivências que lhes tragam boas memórias para o resto da vida e que os tornem “mais conectados com outras pessoas, com a comunidade e com o mundo”. As viagens, claro, entram aqui e a faixa etária dos millennials ganha cada vez mais peso no sector do turismo. Como, simultaneamente, há cada vez mais jovens com “medo de ficar de fora” (no inglês “fearing of mission out”, conceito que deu origem ao acrónimo FOMO) – quase sete em cada 10 dos inquiridos, segundo o estudo da Harris – a vontade de partilhar as vivências em viagem com amigos e familiares continuará a alimentar o surgimento de novas aplicações móveis, gadgets e funcionalidades nas redes sociais e aparelhos.

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