Turismo sustentável e responsável
As Nações Unidas declararam 2017 como o Ano Internacional para o Desenvolvimento do Turismo Sustentável, com um programa de iniciativas a decorrer um pouco por todo o mundo ao longo do próximo ano. O objectivo da organização é promover “uma mudança nas políticas públicas, nas práticas empresariais e no comportamento dos consumidores” a nível global, de forma a tornar o sector turístico mais sustentável.
Para o equilíbrio da balança pesam não só as preocupações crescentes com o meio ambiente e as alterações climáticas, mas também a consciencialização do papel do turismo num crescimento económico local sustentável e inclusivo, que estimule a criação de emprego e a redução da pobreza nos destinos, assim como o respeito pela diversidade cultural, pelo património, pelas tradições e pelos animais.
A este respeito, é de recordar a decisão inédita da TripAdvisor, anunciada em Outubro, de “descontinuar a venda de bilhetes para experiências turísticas específicas durante as quais os viajantes entrem em contacto físico com animais selvagens e espécies ameaçadas que estejam em cativeiro”. Também o actor Leonardo DiCaprio anunciou em Novembro que irá transformar a sua ilha privada no Belize num eco-resort – isto dias depois de lançar um documentário sobre as consequências do aquecimento global e das alterações climáticas, Antes do Dilúvio.
Nos próximos anos, a sustentabilidade no sector do turismo deverá manter-se uma preocupação crescente entre empresas turísticas e hoteleiras, com o surgimento de cada vez mais programas e equipamentos ecológicos, mas também entre os viajantes, enquanto factor decisivo na escolha do destino, do alojamento, dos restaurantes, dos transportes utilizados ou das actividades reservadas.
Gigantes das reservas online maiores e mais diversificadas
Não se adivinham tempos fáceis para as agências de viagens tradicionais. Enquanto a quantidade de informações e ferramentas disponibilizadas online continua a dar maior independência aos viajantes (ler mais em baixo), as plataformas de reservas digitais têm cada vez mais o pé no sector (e, em breve, provavelmente o corpo todo). Entre aquisições de empresas mais pequenas, parcerias com outros grupos de peso e crescente diversificação da oferta, os gigantes online do turismo têm ramos cada vez mais frondosos e robustos.
A Airbnb, por exemplo, deixou de ser apenas uma plataforma de reservas de alojamento temporário entre particulares, para oferecer pacotes de actividades e de experiências organizados por habitantes locais, guias e listas de recomendações. Em breve, nascem pelo menos mais dois galhos neste enxerto em franca produção: reserva de voos e outros serviços.
Depois de ter adquirido a plataforma Viator em 2014, também a TripAdvisor converteu-se este ano num portal de planificação e reserva de viagens. Além de partilhar milhões de comentários e opiniões de utilizadores sobre empresas e actividades turísticas em todo o mundo, agora também permite encontrar voos e reservar actividades e alojamento em casas de férias e em cada vez mais hotéis (este ano, firmou mais uma parceria neste campo, desta vez com a Expedia, empresa-mãe da TripAdvisor até 2011).Já a Ryanair lançou o Rooms, um novo serviço de alojamento económico, numa parceria com a plataforma Booking.com e entrou no mercado dos operadores turísticos, passando a oferecer pacotes com voos e alojamento incluídos.