Na área do cinema, O See Fest, um projecto lançado já em 2014 (mas todos os anos com uma temática diferente), convida locais e visitantes a assistir a sessões de cinema na praia durante o mês de Agosto, em paralelo com o Moving Screens, uma forma original de levar o cinema às zonas rurais da região. Paphos organizará também, em Maio, o primeiro International Monodrama Festival e, no mesmo mês, o Lysistrata, uma proposta teatral inspirada na comédia de Aristófanes que terá como cenário a Casa de Aion, uma mansão do período romano com bonitos mosaicos descobertos no Parque Arqueológico de Kato Paphos. A comédia, que pretende reflectir a dimensão global da guerra, é uma produção multilingue e será dirigida por Brian Michaels, contando com a participação de actores gregos e turcos cipriotas, nigerianos e brasileiros. O teatro volta a ter grande relevância em Julho, com a apresentação do Trojan Women, uma peça que evoca o antigo drama grego de Eurípides e que aspira a sensibilizar o público — e o mundo — para os problemas desde a Guerra de Tróia até aos mais recentes conflitos, para as vinganças e as perseguições, para a divisão das populações levada a cabo por alguns países — e por essa mesma razão será interpretada por um grupo de actores provenientes de cidades divididas, como Nicósia, Mostar e Jerusalém.
Tantos anos depois, uma vez mais ao final da tarde, quando o sol estava prestes a mergulhar no mar de águas calmas, voltei a Pétra Tou Romíou. Aqui actuarão (bem como noutros lugares históricos da região), em Agosto deste ano, ao ar livre, artistas de renome, numa iniciativa incluída no programa Moon &Stars. Por agora, a baía permance tranquila, envolvida numa serenidade tão apaziguadora e, ao contrário de Paphos e dos treinadores, imperturbável, aparentemente menos vulnerável aos humores do mundo, de uma beleza singular. Aqui e acolá, casais de namorados, observando a espuma que se desfaz na praia, acreditam que o amor é eterno e mesmo que, aqui, tão perto de Paphos, novamente capital, a deusa Afrodite irá emergir das águas com o seu corpo de marfim, ainda mais bela do que Galateia, a estátua que se transformou em mulher para dar um filho a Pigmalião.
Guia prático
Quando ir
As melhores estações do ano para visitar Chipre são a Primavera ou o Outono, quando as temperaturas são mais agradáveis. No Verão, especialmente nos meses de Julho e Agosto, os termómetros ultrapassam não raras vezes os 40 graus. Situado na parte oriental do Mediterrâneo, a sul da Turquia, a norte do Egipto e a sudoeste da Grécia, Chipre beneficia de um clima tipicamente mediterrânico, com muitos dias de sol. No entanto, o calor é mais intenso nestas paragens do que em qualquer outra zona banhada por aquele mar (a temperatura da água ultrapassa os 25 graus no pico do Verão). Há algumas – mas poucas – variações climáticas que resultam da presença de duas cadeias montanhosas, uma a Troodos, que se eleva a pouco mais de 2000 metros, abraçando quase todo o sudoeste da ilha, e a outra, menos imponente, a Kyrenia, na parte norte-centro, ambas protegendo a planície central Mesaoria (significa literalmente entre as montanhas, em grego) e uma parte considerável da costa oriental – daí resultando um clima semiárido e escassa queda de precipitação.