Fugas - Viagens

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Luís Simões, o que ele andou para aqui chegar… e partir de novo

Viveu seis meses em Bali. No fim, em vez de sair do país para renovar o visto, desafiou-a a vir com ele a Portugal. Ele “estava a precisar”. Os choques culturais tinham diminuído, mas persistiam. E parecia-lhe que seria não só bom, mas também útil ela conhecer a família dele, a origem.

Fora mandando os cadernos pelo correio. Chama-lhes livros. “Quando cheguei, comecei a olhar para os livros. No ano 2013, desenhei um caderno por mês. No ano 2014, quase metade. Em 2015, menos. Em 2016, menos ainda. A quantidade de trabalho baixou. É desgaste? É olho clínico? Não desenho o que já desenhei 20 vezes. Sou mais selectivo.” O que está nos cadernos também mudou. “Antes, vivia mais os monumentos. Agora, vivo mais as pessoas. E a mão soltou-se. Tenho menos vontade de fazer coisas perfeitas. Tenho mais vontade de ser expressivo, verdadeiro.”

Organizou um pequeno livro e uma exposição que são uma mostra do que foi a sua viagem por 38 países. Já esteve em Aveiro, 21 e 22 de Janeiro, e em Castelo Branco, a 28 e 29. Na semana passada, esteve no Espiga, no Porto. Não foi a última paragem. Este sábado, 11 de Fevereiro, a exposição Viagem Ilustrada chega ao Museu Vieira da Silva, a Lisboa – haverá conversa às 16h, no Auditório do Museu Arpad Szenes; no domingo de manhã, oficina. Já no dia 18, o ilustrador estará de novo em Lisboa, para uma conversa, dessa vez na Biblioteca Palavra do Viajante – a exposição será inaugurada às 15h e às 16h haverá conversa. 

Quando nos encontrámos, a 13 de Janeiro, em Belém, Luís Simões já tinha dado várias entrevistas. Contara com detalhe um roubo de que fora vítima nas Filipinas; o dia em que por engano comera bolachas de cannabis na Tailândia; e outras peripécias. Eu queria saber o que o apaixonara em Anisa, no fundo, o que fizera com que tudo mudasse. “Acho que o que me apaixonou por ela foi a força que ela me dava sem eu perceber. Quando nos separámos, percebi que sozinho não era tão forte.”

Ainda não sabia o que ia fazer à vida. Têm vontade de seguir viagem a dois, mas ela não tem uma almofada financeira, como ele. “Se conseguir arranjar patrocínios, vamos directamente para Santiago do Chile, viajamos de bicicleta pela América do Sul, até Bogotá. Se não, temos viagem marcada para a Indonésia. Vamos para a Austrália, trabalhamos, fazemos algum guito e viajamos. Também há hipótese de eu seguir viagem sozinho e de ela depois ir lá ter.” Esta última agrada menos. “Tenho mais memória das viagens que fiz com ela do que das partes da viagem que fiz sozinho.” .” Talvez adie a partida. Há dias, recebeu uma proposta para fazer um trabalho em Portugal.

África ficará para o fim. Impossível saber que postura terá então. Uma vez, em Hong Kong, perguntei-lhe que relação acha que terá com Portugal no fim da viagem. “Posso estar farto do mundo e desgostoso com a vida e achar que nunca devia ter saído. Posso estar encantado com o mundo e bem com a vida e não querer parar”, disse. Por ora, parece estar, se não encantado com o mundo, de bem com a vida e com vontade de continuar.

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