Fugas - Viagens

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Montreux: aqui jazz a inspiração

Vizinho do Auditório Stravinsky, um dos cenários privilegiados do festival, o parque acolhe diferentes obras de arte, como a fonte dedicada à memória de Vibeke, assinada por Jean Flemming Soerensen, bem como a escultura Montrailes, da autoria de Antoine Poncet. Lugar ideal para as famílias e para quem pretende um pouco de repouso, abriga também, numa das suas extremidades, os bustos de Richard Strauss e de Miles Davis, esculpidos por Bernard Bauvaud e exemplos do rico passado da Riviera de Montreux, que continua a viver num tempo bem presente.

- A Riviera é um cantinho do paraíso, que sempre atraiu tantos artistas, tantos homens das letras, bem como viajantes em busca da beleza natural, da paz e da inspiração.

Aurélia Guillot antecipa-se à minha pergunta e da mesma forma, tão rápida, encontra uma explicação para esta atracção.

- Tem a ver, em grande parte, com o microclima mas igualmente com o esplendor do lago e das montanhas que o rodeiam, que têm tanto de impressivo como de tranquilizador.

Mais uma pausa.

- O pôr do sol semelha-se a um quadro de um pintor renomado e tudo se conjuga para transformar Montreux num destino especial, num lugar que tem de ser visto pelo menos uma vez na vida.

Deixo para trás o lago e caminho ao longo de dez minutos até descobrir ruas íngremes e empedradas, fontes que jorram água fresca, o vieux quartier, com os seus bares e os seus restaurantes, as suas vistas admiráveis ao dobrar de cada esquina, as suas casas de tantas cores e as flores que vão tombando, aqui e acolá, sobre as suas fachadas.

É tempo para visitar o Museu de Montreux que, por sua vez, revisita a rica história da cidade. Localizado próximo da estação ferroviária, recorda o turismo na Belle Époque (não perca a exposição, até início de Novembro, sobre os 150 anos do desporto, uma retrospectiva que vai até à segunda metade do século XIX, quando Montreux sentiu necessidade de fidelizar e divertir os turistas que por essa altura começavam a chegar) mas que exibe também, no interior dos seus edifícios do século XVII (antigas casas vinhateiras, uma delas com uma torre imponente, em plano rectangular e sob a qual existe uma passagem), moedas, utensílios em madeira, entre outras mostras que nos remetem para o Paleolítico, o Neolítico, a Idade do Bronze, assim como para a presença dos celtas, dos helvéticos e dos romanos, sem esquecer a Idade Média, quando Berna ocupou o então chamado Pays de Vaud (cantão desde 1803).

Também no coração da parte antiga de Montreux, a Maison Visinand, cuja data de construção é desconhecida – embora se admita a sua existência já no século XVI - é um dos melhores exemplos arquitectónicos da cidade e está classificado como monumento histórico. Alvo de importantes reformas durante a parte final do século XVIII (a maior parte da estrutura é dessa época), serviu de sede administrativa antes de passar pela mão de diferentes proprietários e de se tornar uma pensão – a pensão La Couronne, pertencente a François Louis Visinand e durante muitos anos na posse da família, até ser adquirida e transformada num teatro e centro cultural com exposições de arte contemporânea, belas-artes, pintura, escultura e fotografia, entre outras.

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