Fugas - Vinhos

  • Adriano Miranda
  • Quinta Vinha Paz
    Quinta Vinha Paz Adriano Miranda
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    Quinta Vinha Paz Adriano Miranda
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  • O cenário desde o restaurante da Quinta de Lemos
    O cenário desde o restaurante da Quinta de Lemos Adriano Miranda
  • Adriano Miranda
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  • Quinta da Turquide
    Quinta da Turquide Adriano Miranda
  • Enólogo João Paulo Gouveia na sua quinta, onde produz o vinho Pedro Cancela
    Enólogo João Paulo Gouveia na sua quinta, onde produz o vinho Pedro Cancela Adriano Miranda
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Quintas do Dão abrem as portas e revelam as suas histórias

Começa então a surgir no Dão uma nova geração de produtores, vindos das famílias já com tradição no vinho, mas com outra visão. Dá-se um salto na qualidade, começa-se a engarrafar, nascem marcas próprias, o Dão recupera lentamente a sua imagem. Este novo espírito é trazido para a região em grande parte por João Paulo Gouveia. Hoje, o produtor tornou-se também exportador (não apenas da sua marca, mas de várias), e político, agora com uma outra visão: promover o Dão como região vinhateira, ligada a uma cidade, Viseu. “Todas as grandes regiões vinhateiras precisam de uma cidade, de património. O Dão precisa de Viseu e vice-versa.”Agora, que já se voltou a fazer aqui bom vinho, são bem-vindos os turistas, os enoturistas, claro, mas não só, que a região tem muito mais a oferecer.

Quinta do Vale das Escadinhas/Falorca
Uma história de família

A história de Carlos e Pedro Figueiredo, da Quinta do Vale das Escadinhas/Falorca, em Pindelo de Silgueiros, é um perfeito exemplo do que tem sido a evolução do mundo do vinho no Dão. E é um prazer ouvir pai e filho contarem-na.

Pedro aponta para uma fotografia na parede, mas é o pai quem a explica. “Esta foto é de 1893, e este homem aqui era o meu avô. Nesta altura, o vinho era um apêndice de uma economia de subsistência. Veja, na fotografia os homens estão a malhar o centeio. O meu avô tinha um cavalozito e às vezes ia-se até Viseu. No meu tempo, nos anos 1940, 50, já havia uma camioneta que ia de manhã a Viseu e voltava à tarde a Silgueiros, e que funcionava a gasogénio, porque era a altura da guerra e não havia gasolina.”

Já na época do pai de Carlos, o vinho ganhara mais importância na agricultura da zona e produzia-se a granel. “A Abel Pereira da Fonseca, por exemplo, vendia a granel para as tascas de Lisboa. Eram muito poucos os que engarrafavam na região.” As condições não tinham nada a ver com o que existe hoje. “Vinham os primeiros calores e o vinho ia-se embora, azedava.”

Foi bom, portanto, o aparecimento das adegas, que veio dar escala aos pequenos produtores locais e garantir maior controlo de qualidade. Carlos chegou a ser presidente de uma das adegas, e viveu de perto esse período, em que ainda não havia enólogos, havia “adegueiros”. “Na adega cooperativa de Silgueiros, decidimos começar a dar um bónus a quem trouxesse Touriga Nacional”, recorda. E foi assim que a casta, típica da região mas olhada com desconfiança, voltou a ser recuperada.

Entretanto, Pedro, o filho, andava por Lisboa, mas sempre com saudades do campo. “Morava na Almirante Reis, e gostava de ir até à Guerra Junqueiro para ver as árvores.” A certa altura decidiu voltar. “Disse ao meu pai: ‘tu metes o vinho bom dentro da adega, eu vou ver o que consigo fazer fora da adega’”. E foi assim que lançaram as marcas próprias: primeiro o Palha Malhada, depois o Quinta da Falorca, e mais tarde o T-Nac, um nome que os estrangeiros percebem mais facilmente e que, afinal, quer apenas dizer “Touriga Nacional”.

Quinta de Lemos
O empresário que quer partilhar a sua terra

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