Fugas - Vinhos

  • Adriano Miranda
  • Quinta Vinha Paz
    Quinta Vinha Paz Adriano Miranda
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    Quinta Vinha Paz Adriano Miranda
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  • O cenário desde o restaurante da Quinta de Lemos
    O cenário desde o restaurante da Quinta de Lemos Adriano Miranda
  • Adriano Miranda
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  • Quinta da Turquide
    Quinta da Turquide Adriano Miranda
  • Enólogo João Paulo Gouveia na sua quinta, onde produz o vinho Pedro Cancela
    Enólogo João Paulo Gouveia na sua quinta, onde produz o vinho Pedro Cancela Adriano Miranda
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Quintas do Dão abrem as portas e revelam as suas histórias

Quinta da Turquide
O prazer de ser agricultor

Nuno Miguel Matos tem hoje sob a sua responsabilidade aquela que é “uma das quintas mais antigas do Dão”, a Quinta da Turquide, que pertencia à família desde os anos 1930 e que desde o início da década de 90 passou para as suas mãos.

Como outros, observou o panorama na altura em que o vinho do Dão tinha perdido algum prestígio e decidiu arriscar numa marca própria. Tinha uma vinha de castas brancas (usadas para a elaboração de espumantes fora da região demarcada) “numa altura em que os brancos eram muito difíceis de vender”, e fez a reconversão, mas, curiosamente, a primeira casta que plantou foi branca: Encruzado.

Leva-nos a dar uma volta pela casa, actualmente desabitada, onde no sábado (20 de Setembro) recebe os visitantes, que aqui terão a possibilidade de pisar uvas no lagar. Tem andado a limpar tudo na adega, para preparar o início da vindima, mas, embora alguns dos seus colegas já a tenham iniciado, Nuno está prudente, e avalia ainda o estado das uvas para tomar uma decisão.

Nos últimos anos foi-se desiludindo um pouco com o negócio do vinho, em grande parte quando viu as centenas de marcas do Dão que estavam a chegar ao mercado, invadindo prateleiras de super e hipermercados. Devido a problemas de saúde, decidiu abrandar o ritmo e encarar tudo com mais despreocupação. Deixou de engarrafar, mas mantém um vinho de que se orgulha particularmente (uma colaboração com amigos): o Druida (precisamente com a casta Encruzado), que nos mostra a descansar nas barricas. “Esta é a sala do Druida”, anuncia, com um sorriso, entreabrindo a porta para o espaço escuro.

E começou a dedicar grande parte do tempo ao pomar de macieiras (já existiam na quinta desde os anos 1970), que fica ali mesmo ao lado da vinha. Passa por nós uma gata muito grávida. “Anda à procura de um sítio para ter os gatinhos, mas agora não é boa altura.” A vindima está prestes a começar “e isto aqui vai ficar uma confusão”. Confessa que é sobretudo por isso que continua a fazer vinho. “Aqui faço tudo. Sou tractorista, sou adegueiro e a coisa que dá mais prazer é ser agricultor.”

Quinta Vinha Paz
Os fiéis da pisa a pé

António Canto Moniz vem ter connosco à adega, onde estão já a chegar as caixas de uvas brancas acabadas de apanhar. Dois rapazes despejam-nas para a máquina que as vai desengaçar. De repente, há um problema qualquer com a máquina, e António, que ia começar a contar-nos como tudo funciona nesta quinta onde ainda se faz a pisa a pé em lagares de granito, pede desculpa e vai ajudar a resolver o problema (coisa que hoje se faz facilmente enviando por telemóvel uma foto da máquina ao técnico e esperando a resposta deste).

Enquanto o problema se resolve, vamos para a vinha, conhecer o filho, Henrique. Se o pai sempre se dividiu entre a carreira de cirurgião e a paixão pelo vinho, o filho partilha a paixão pelo vinho com a que tem pelo surf. Mas as duas não lhe parecem incompatíveis. “Tenho um projecto chamado Wine & Surf que vou lançar este ano”, conta, junto a duas mulheres e um homem que vão apanhando cuidadosamente os cachos. A ideia é oferecer programas para toda a família, que incluam aulas de surf — “afinal, Esmoriz fica a 45 minutos daqui” — para os filhos, e, de regresso à quinta, um almoço ou jantar vínico mais pensado para os pais.

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