Fugas - Vinhos

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Vinte e uma escolhas para as festas… e para o que der e vier

 

Barbeito Mãe Manuela Malvasia 40 Anos, Madeira

Qualidade e inovação constante, para além do carisma reconhecido de Ricardo Freitas são características inimitáveis dos vinhos Barbeito da nova geração. São vinhos únicos e quase quezilentos que vivem num difícil equilíbrio entre frescura da acidez e secura, vinhos intensos, eléctricos e vibrantes. Talvez por isso a insistência de Ricardo Freitas em vinhos de casco, em vinhos de uma só vinha ou em vinhos de acidez mais incisiva e doçura mais contida.

Este Mãe Manuela aparece equilibrado na expressão da doçura, contido na eloquência tradicional do mel e figos secos, terminando muito mais seco que o esperado vincando as pouco habituais notas de avelã e limão. Termina seco e austero, explosivo mas elegante, insinuante na manifestação de acidez e frescura que o prolonga para um final interminável. R.F.

Preço: 120€

 

Quinta das Bágeiras Garrafeira 2009, Bairrada

A Quinta das Bágeiras, também conhecida como os vinhos de Mário Sérgio Alves Nuno, é um pequeno produtor da Bairrada que por opção motivada por uma crença interior nos valores da Baga e da Bairrada acabou por se transformar num dos guardiões da tradição local da região, numa dos mais fiéis depositários da manutenção das castas Baga, Maria Gomes e Bical, num dos principais defensores das formas clássicas de trabalhar a Baga e a Maria Gomes.

Este Garrafeira tinto que por ora ainda está guardado a sete chaves mostra um perfil levemente frutado com notas de cereja ácida, tomate e folha de tabaco. A boca revela um pequeno “monstrinho” que o tempo irá ajudar a serenar, manifestando taninos sólidos, acidez incisiva e uma frescura imensa que lhe garantem muitos anos de vida. R.F.

Preço: 20€

 

Terrenus branco, Alentejo

Este Terrenus é um vinho nascido das vinhas velhas da Serra de S. Mamede, um branco pessoal de Rui Reguinga elaborado com mais de uma dezena de castas locais que espelham a diversidade de duas vinhas velhas e misturadas de onde saem as uvas que compõem este vinho notável. Um vinho que mistura terroir com um sentimento de autenticidade e tradição, um vinho que tenta ser o mais fiel possível às vinhas, ao clima de altitude da Serra de São Mamede, à mistura desenfreada de castas.

O resultado é um branco simultaneamente intenso e poderoso que mostra um nariz inesperado pela veemência das notas de ervas aromáticas que invade os sentidos numa onda quase avassaladora. A boca é fresca e untuosa, mineral, cheia e estruturada, revelando um branco original e capaz de arrebatar o coração. R.F.

Preço: 13€

 

Herdade de Portocarro 2009, Península de Setúbal

Apesar da relativa juventude de um projecto que cumpre a primeira década de vida a consistência entre colheitas dos vinhos de José Mota Capitão é abissal sem anos perdidos ou vinhos menores. O Herdade de Portocarro fica por vezes esquecido face aos irmãos mais famosos mas as discretas e bem medidas notas de volátil desta edição salientam uma frescura já de si notável que a fruta não consegue nem pretende esconder.

É certo que o vinho se apresenta duro nesta fase inicial mas é igualmente um vinho repleto de personalidade, franzido, viçoso e veemente sem nunca chegar a ser encorpado, vivo, intenso e subtil mas sem ceder perante qualquer tipo de concessão. É um grande vinho tinto com pernas para avançar para um futuro ainda mais brilhante. R.F.

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