Pessoas de diferentes partes do mundo têm diferentes formas de apreciar o vinho?
Eu trabalho para a Air France e temos que lidar com viajantes de diferentes países e culturas. Pessoas que vêm das Américas gostam de vinhos redondos, com aromas de cacau, baunilha, coco, e até café. As pessoas que vêm do Oriente, de países que comem comidas com muitas especiarias, gostam de vinhos mais perfumados. Temos que escolher vinhos de acordo com estes gostos diferentes.
É também especialista em vinhos raros.
Talvez eu seja um bom provador porque quando era jovem comprei muitos vinhos que tinham boa pontuação nos guias e como percebi que não tinha ainda a capacidade para os apreciar deixei-os na adega. Ao fim de alguns anos, fui buscar esses vinhos e percebi que metade estavam mortos. Perdi muito dinheiro, mas tornei-me um bom provador porque aprendi a perceber como é que um vinho jovem pode evoluir.
A certa altura voltou-se para o café, fez uma formação com a Nespresso e o que aprendeu?
O café prova-se da mesma maneira que o vinho. Há três fases: primeiro é preciso ver a cor, depois cheiramos e por fim bebemos. Com estes copos [transparentes, da Riedel] podemos ver a crema, a cor e a intensidade. Graças à forma do copo, recebemos o café na boca de uma maneira diferente. Aqui [no Maragogype] temos uma acidez média, corpo médio, mas um final longo. E, claro, é melhor bebê-lo sem açúcar. É bom combiná-lo com a sobremesa ou com um vinho fortificado.