Fugas - Vinhos

  • Geografia.
    Geografia. "Regiões separadas por escassos quilómetros produzem vinhos completamente diferentes. É aqui que reside a grande riqueza do vinho português."
  • Regiões.
    Regiões. "O mapa do vinho português estende-se a todo o território continental e aos arquipélagos da Madeira e dos Açores. São 14 as regiões demarcadas". Na foto, a dos vinhos verdes
  • Produção.
    Produção. "Não chove muito e os solos são muito pobres. É por essa razão que produzimos pouco vinho mas bom" Adriano Miranda
  • Castas.
    Castas. "Em Portugal existem plantadas cerca de 300 variedades de uvas para vinho. Cerca de 250 são exclusivas do país". Na imagem, Touriga Nacional Adriano Miranda
  • Touriga Nacional e Alvarinho.
    Touriga Nacional e Alvarinho. "Para poder falar de vinho português não é necessário conhecer todas as castas. Basta fixar as melhores castas e associá-las às suas regiões naturais." "Nas castas tintas, a mais famosa é a Touriga Nacional". "Nas castas brancas, a variedade que mais se tem notabilizado dentro e fora de portas é a Alvarinho " Nelson Garrido
  • Taninos.
    Taninos. "Será que precisa de saber o que são taninos para poder falar de vinho português? Ajuda. Taninos são compostos naturais existentes na pele das uvas, nas grainhas e no engaço (a parte verde do cacho)", "também podem vir das barricas de carvalho onde estagiam". Rui FarinhaNFactos
  • Estilos de vinhos.
    Estilos de vinhos. "Os vinhos reflectem a sua origem", "Os vinhos alentejanos, sobretudo os do interior, são muito influenciados pela orografia plana da região e pelo clima quente e seco, razão pela qual são mais maduros, macios e sápidos em novos.
  • Estilos de vinhos.
    Estilos de vinhos. "Os vinhos reflectem a sua origem", "Os vinhos alentejanos, sobretudo os do interior, são muito influenciados pela orografia plana da região e pelo clima quente e seco, razão pela qual são mais maduros, macios e sápidos em novos. Monte da Ribeira, Ricardo Palma Veiga
  • Ilhas.
    Ilhas. "Quando falarmos de vinho português nunca podemos esquecer os arquipélagos dos Açores e da Madeira". Na foto, o Pico Miguel Manso
  • Madeira e Moscatel .
    Madeira e Moscatel . "Embora sem a espessura histórica e a dimensão do vinho do Porto, o Moscatel e o Madeira são os outros dois grandes vinhos licorosos de Portugal."
  • Vinho do Porto.
    Vinho do Porto. "o grande vinho do Douro continua a ser o vinho do Porto. O problema é entendê-lo, tantos são os seus estilos, categorias e menções." Paulo Ricca
  • Mateus Rosé e Barca Velha.
    Mateus Rosé e Barca Velha. "O vinho português que mais se vende no mundo continua a ser o Mateus Rosé (cerca de 20 milhões de garrafas)", É todo "o contrário do vinho de maior prestígio do país, o tinto Barca Velha". DR

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Onze noções básicas para falar de vinho português sem medo

Pedra, Pinot, Pinotage. Já vamos na África do Sul e continuamos perdidos no atlas do Vinho. Se fizermos um desvio chegamos à Geórgia e descobrimos que deve ter sido ali que a cultura do vinho começou. Surpreendido?

Sim, sim. E a Crimeia, faz-lhe lembrar o quê, uma guerra entre ucranianos e russos por um bocado do mar Negro e de orgulho? Pois, mas na Crimeia também se fazem espumantes, brancos secos e extraordinários vinhos fortificados tipo Madeira e vinho do Porto. Pergunte a um “crimeu” (neologismo acabado de criar) se já ouviu falar em vinho português? Com sorte, pode apanhar um doido pela bola, adepto do Shakhtar Donetsk, que deve lembrar-se de uma viagem ao Porto a acompanhar a sua equipa num jogo da “Champions” e da visita que fez às caves de Vila Nova de Gaia, onde envelhece o vinho do Porto, um vinho que, na verdade, nasce a mais de 100 quilómetros de distância mas que ganhou nome de “Porto” por vontade dos ingleses, apesar de no Porto só se produzir Vinho Verde. Confuso?

Experimente entrar no mundo do vinho do Porto. Quando olhar para o número de categorias e menções, vai achar que estes lusitanos são loucos, e são mesmo. Nem nós, portugueses, sabemos nada de vinho do Porto. Isso é coisa very british, basta ver os nomes : Tawny, Ruby, Vintage, Late Bottled Vintage. Não é uísque, é mesmo vinho do Porto, produzido no Douro há mais de 300 anos, bebido mundo fora por gente que nem faz ideia de onde o vinho vem.

Ri-se? Acha mesmo que quando Jimmy Hendrix se deixou fotografar a beber Mateus Rosé sabia que estava a beber um vinho português? Nessa altura, o Mateus vendia-se em quase todo mundo, era a nossa grande marca global. Tão global que foi perdendo a origem. Em 1971, numa cimeira da Organização de Unidade Africana, em Lagos, na Nigéria, que acabou a condenar Portugal pela tentativa de invasão da Guiné-Conakri, a bebida mais pedida ao jantar foi o portuguesíssimo Mateus Rosé!

A notícia chegou a Portugal pelo Financial Times, com o humor fino dos ingleses, esses finórios que sempre souberam o que é bom, embora não saibam fazer grande coisa, além de gostar de futebol, cerveja e vinho (it’s a joke, claro!) Gente simples que só se contenta com o melhor, como diria o Oscar Wilde e o Churchill seguia à risca. Este sim, sabia quase tudo sobre o bom vinho do Porto e Madeira. Chegou até a comprar pipas de algumas boas colheitas. Bebeu tudo, consta.

Os portugueses sempre foram bons nisso. Durante muito tempo bebiam tudo o que produziam. Fosse mau ou muito mau. Agora, consumimos menos e produzimos grandes vinhos. Até já aparecemos em primeiro lugar nas revistas internacionais. Portugal, the next big idea. Já andam a dizer isto há vinte anos. Um dia vai ser. “A glass of Rabigato, please?”. Rabo de gato? Mas não era uma tal de Sauvignon Blanc que cheirava a xixi de gato?

Quer mesmo ficar a saber alguma coisa sobre o vinho português? Continue a ler.  

Vinho português: 11 noções básicas

1. Geografia
Apesar de ser banhado pelo oceano Atlântico, Portugal possui um clima e uma cultura mediterrânicas. Na parte continental, a temperatura média anual varia entre os 4ºC no interior norte montanhoso e os 18ºC no sul. Em contrapartida, nas ilhas atlânticas, tanto do arquipélago da Madeira como do arquipélago dos Açores, o clima tem características subtropicais, com temperaturas tipicamente primaveris. Sendo um país pequeno (92 072 km2), Portugal possui uma grande diversidade de paisagens (mais planas no sul, mais montanhosas no centro e no norte). Esta diversidade é também notória nos vinhos. Regiões separadas por escassos quilómetros produzem vinhos completamente diferentes. É aqui que reside a grande riqueza do vinho português.

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