10. Vinho do Porto
As poucas vinhas que existem na cidade do Porto e nos arredores pertencem à região dos Vinhos Verdes. No entanto, a cidade tem o nome ligado ao mais famoso vinho português, o vinho do Porto, que envelhece na cidade vizinha de Vila Nova de Gaia e é produzido na região do Douro, a mais de 100 quilómetros de distância. A explicação para tamanha excentricidade reside no facto de, na sua origem, a única porta de saída do Douro vinhateiro ser o rio e a barra do Porto e de os primeiros comerciantes do vinho estarem instalados nesta cidade. O vinho começou a chamar-se Porto ainda antes do marquês de Pombal ter criado a região demarcada do Douro, em 1756.
Desde então e até à década de 80 do século passado, a região do Douro produziu quase exclusivamente vinho do Porto. Só a partir do final da década de 80 do século passado é que começou a apostar também em vinhos tintos e brancos tranquilos (vinhos secos), hoje os mais famosos e pontuados do país. Apesar do enorme sucesso dos vinhos tranquilos, o grande vinho do Douro continua a ser o vinho do Porto. O problema é entendê-lo, tantos são os seus estilos, categorias e menções.
Não queira saber tudo de uma vez. O importante é saber que o vinho do Porto é um vinho licoroso (doce) que resulta da paragem da fermentação através da adição de aguardente. Graças a este processo, os vinhos ficam com um teor alcoólico elevado, geralmente compreendido entre os 19 e os 22% vol. O modo de fabrico é igual para todo o vinho do Porto, mas os níveis de doçura, cor, aroma e sabor variam de acordo com as uvas utilizadas e o tipo de lotação e envelhecimento a que o vinho é sujeito.
São dois os principais estilos de vinhos do Porto: Ruby e Tawny. Na primeira categoria inserem-se os LBV e os Vintages, vinhos de qualidade superior cujo envelhecimento decorre sobretudo em garrafa. Os Tawny são vinhos que envelhecem em barricas e tonéis de madeira e que resultam da lotação de vinhos de diferentes anos. A excepção é o Tawny Colheita, que só incorpora vinhos do mesmo ano. Os grandes Tawny chegam a durar séculos.
11. Mateus Rosé e Barca Velha
O vinho português que mais se vende no mundo continua a ser o Mateus Rosé (cerca de 20 milhões de garrafas). O vinho é feito em Trás-os-Montes, Bairrada e Dão e distingue-se pela sua jovialidade e ligeira doçura. Tudo o contrário do vinho de maior prestígio do país, o tinto Barca Velha, proveniente da região do Douro. Em comum têm o facto de serem produzidos pela mesma empresa, a Sogrape. O primeiro Barca Velha remonta a 1952. Desde então, só 16 colheitas voltaram a dar origem a Barca Velha. O vinho só é feito em anos excepcionais e é guardado entre sete a dez anos em cave antes de sair para o mercado. O último a sair foi o 2004 (só foram cheias 26.068 garrafas). As poucas garrafas que ainda possam existir no mercado custam mais de 300 euros.