Fugas - Vinhos

  • Adriano Miranda
  • António Madeira com Dirk
Niepoort.
    António Madeira com Dirk Niepoort.
  • Tavares de Pina
(Terras de Tavares)
    Tavares de Pina (Terras de Tavares) Adriano Miranda
  • Paulo Nunes
(Casa da Passarela)
    Paulo Nunes (Casa da Passarela) Adriano Miranda

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Os 'séniores' e os 'júniores' que estão a mudar a imagem do Dão

Álvaro de Castro (Quinta da Pellada)
Álvaro de Castro é o rosto e a alma dos vinhos das Quintas da Pellada e de Saes, em Pinhanços, Seia. Fixou-se no Dão em 1980, quando herdou a Pellada e passou a dedicar-se em exclusivo à produção de vinho. Desde então, e apesar de não ser enólogo (é formado em Engenharia Civil), criou alguns dos mais extraordinários vinhos da região, como o branco Pellada Primus e os tintos Quinta da Pellada, Quinta da Pellada Carrossel, Pape e Doda, este em parceria com Dirk Niepoort. Álvaro de Castro interrompeu um hiato de duas gerações na produção de vinho na família e já tem sucessor, a filha Maria Castro, que partilha com o bairradino Athaíde Semedo a enologia da empresa. Juntamente com Luís Lourenço, o proprietário da Quinta dos Roques, Álvaro de Castro é hoje um dos mais renomados e consistentes produtores do Dão. Está para o Dão como Luís Pato está para a Bairrada, por exemplo. P.G.

Nuno Cancela de Abreu (Quinta da Fonte do Ouro)
Nuno Cancela de Abreu começou a sua carreira no Douro, onde, entre 1981 1987, dirigiu a Associação de Desenvolvimento da Viticultura Duriense (ADVID). Foi docente durante dois anos na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, no curso de enologia, apesar de ter formado no Instituto Superior de Agronomia, em Lisboa. Deixou o Douro em 1987 para ir trabalhar na Quinta da Romeira, em Bucelas, onde foi gerente e enólogo até 2001. Pelo meio, em 1991, cedeu ao chamamento da tradição familiar na produção de vinho e deu início ao seu próprio projecto no Dão, com as marcas Quinta da Fonte do Ouro e Quinta da Giesta. Entre 2001 e 2010, acumulou este projecto com uma nova experiência profissional, desta vez na Quinta da Alorna, no Ribatejo, que restruturou de cima abaixo. A partir de 2010, concentrou-se nos seus vinhos. É um dos grandes técnicos de viticultura e enologia do país. A sua ida para o Dão é a prova de que a região, de forma gradual, está a começar a atrair a massa crítica que lhe faltava. P. G.

Três Júniores
Tavares de Pina (Terras de Tavares)

Pela idade, Tavares de Pina já é um “sénior”. Mas a sua irreverência e a forma como insiste em fazer vinhos clássicos, com pouco sex appeal mas muito fiéis à tradição e tipicismo do Dão, fazem dele um eterno jovem inconformado, um irredutível gaulês nas terras de Viriato. Depois de ter passado pela Sogrape, Tavares de Pina começou em 1990 a fazer os vinhos da família na Quinta da Boavista, em Penalva do Castelo. Os vinhos que produz expressam verdadeiramente as castas e o lugar e possuem uma extraordinária vocação gastronómica. No que faz, não há espaço para maquilhagens ou modernices saloias. Os melhores vinhos aguardam vários anos em cave antes de sair para o mercado. Já são poucos os produtores do Dão que se dão a este luxo, mas não foi com vinhos novos que a região criou a sua fama.  Os vinhos do Dão precisam de tempo para mostrarem todo o seu potencial e os vinhos de Tavares de Pina, em especial os Terras de Tavares, são um bom exemplo. O  seu tinto Terras de Tavares Reserva 1997, por exemplo, está agora no auge. P.G.

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