Fugas - Vinhos

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Encontros vínicos no Porto: Divino Dão, eterna Bairrada

E se a Bairrada é eterna, “o Dão é divino”, definiu Miguel Louro. Apesar de na sua Quinta do Mouro produzir dos vinhos mais conceituados do Alentejo, Louro não tem dúvidas: “O Dão é a melhor região! O Douro é trabalho do homem, foi o homem que o fez; o Dão é obra de Deus, é divino!” 
(José Augusto Moreira)

Quatro nomes a fixar que se deram a conhecer no Simplesmente Vinho
por Pedro Garcias

Silice Lobeiras 2014
Projecto de três amigos (Juan, Carlos e Fredi), os vinhos Silice, da Ribeira Sacra (Galiza), podem levar-nos literalmente às lágrimas. São tintos e brancos arrancados a pulso de pequenas e formidáveis parcelas penduradas sobre o rio Sil. O melhor de todos é o tinto Silice Finca Lobeiras 2014, proveniente de uma vinha com mais rocha granítica do que videiras. Feito com Mencia, Bastardo e Brancelhão (o Alvarelhão minhoto), é um tinto que emociona, pela sua profundidade, elegância, volúpia e frescura. Só foram cheias 336 garrafas (custa 18 euros à porta da adega). 

Casa Castillo Pie Franco 2013
Este tinto da região espanhola de Jumilla (perto de Alicante) tem origem em vinhas de pé franco com cerca de 70 anos de idade. As videiras, da casta Monastrell, são em vaso e não têm aramação. O solo é arenoso. O vinho fermenta em lagar e passa depois 18 meses em barricas usadas. De aroma e sabor muito mediterrânico (fruta preta e ervas aromáticas em associação com sensações especiadas), é um tinto ao mesmo musculado e elegante, austero e vigoroso, maduro e fresco. Muito bom (35 euros em loja).

Bodega Nanclares Soverribas 2012
Os brancos deste produtor de Cambados, Pontevedra, são do melhor que se faz na Galiza. O Nanclares Crisopa (um belíssimo Alvarinho feito em lagar aberto, como antigamente) é o seu topo de gama, mas o que nos fez salivar mais foi o Nanclares Soverribas 2012. Verdadeiramente assombroso na sua pureza, complexidade e frescura cítrica (17 euros em loja).

Uivo 2011
Tiago Sampaio, o produtor dos vinhos Olho no Pé, do Douro, deu a conhecer um extraordinário colheita tardia de vinhas velhas de 2011. Mas não vai poder engarrafá-lo como vinho, porque só tem 6% de álcool (com esta graduação não é considerado vinho). Terá que chamar-lhe “Mosto de uvas parcialmente fermentadas”. Portuguesices. Um dos melhores vinhos doces da Áustria dos últimos anos, o Bründlmayer Trokenbeerenauslese Steinmassel 2009, também só tem 6% de álcool e é vendido como vinho.  

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