Fugas - restaurantes e bares

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Este não é um Rádio pirata

São pequenas metáforas, num espaço algo minimalista e cinzento (de cor mesmo) ocupado centralmente por um enorme balcão a meio caminho entre a entrada e a pista de dança, nas traseiras (e com porta para o jardim). Na parte da frente, as mesas e cadeiras e sofás brincando entre o negro, o branco e o vermelho e um antigo rádio com móvel; nas traseiras, um festival de cores, roxo, amarelo, vermelho, azul, verde num espaço que é pista de dança - com varão e, frequentemente, candidata(o)s a dançarina(o)s.

E, sim, o espaço é diferente (e será ainda mais diferente, como veremos), mas o espírito "é o mesmo". Boa qualidade: de serviço e, sobretudo, de música. "Não cedemos a playlists e é sempre altamente dançável", explica Ricardo Salazar. Não se vai em modas aqui no Rádio, dizem - dizemos nós: vão em modas, mas as modas aqui são intemporais, tanto se ouve uma música da semana passada como de há 50 anos; tanto se abandona o corpo em balanços inconsequentes como se improvisa um twist. E, por vezes, o alinhamento é irreverente, piscando o olho ao "mais comercial" - de há 25 anos, que esta coisa da passagem tempo dá uma patine imprevisível a (quase) tudo.

E quer toda a gente a dançar ("Quando as pessoas dançam é porque está tudo a correr bem", nota Pedro Salazar), "ao fim-de-semana, sobretudo". O mais cedo possível. Já tínhamos notado: uma da manhã e a pista está mais do que composta (é véspera de feriado). Não é coincidência, é mesmo para contrariar (o que acontece nos outros sítios). "Fazemos questão que isso aconteça", confessam. Assim, na Baixa onde "se janta, se toma café, se bebe um copo sem necessitar do carro", pode dançar-se antes das quatro da manhã subvertendo-se as rotinas já estabelecidas. Mas há rotinas que já existem no próprio bar. As sextas-feiras "pertencem" a Abel Montenegro ("Friday I''m in Love"), de resto, há rotatividade e tentativa de exclusividade, para que os DJ não sejam os mesmos que fazem todo o percurso da Baixa. E uma vez por mês há noite "Rádio Pirata": "Uma junção do rock actual com música antiga, com um pendor mais... kitsch", explica Pedro Salazar.

E este é o Rádio Bar que conhecemos, por enquanto. Em breve, os tentáculos espalhar-se-ão. Há um primeiro andar, um "meio andar" (não entramos em "Being John Malkovich" mas andamos lá perto) e um segundo andar - e a uni-los uma escadaria (precária, por agora) encimada por uma clarabóia brilhante. O primeiro andar é a terceira fase deste work in progress que é o Rádio Bar.

Aqui, entre salas de pé direito insuspeito para quem vê o edifício de fora, tectos trabalhados em madeiras e estuques a compor abóbadas e "pirâmides", remates de portas ornamentados de querubins dourados, está o edifício histórico que os proprietários não querem perder. Está tudo à espera da reconstrução (as obras deverão estar concluídas em Setembro ou Outubro), à imagem do que já existe, o que significa mais trabalho, mais tempo, mais dinheiro. Serão salas lounge, mais para estar (com vista privilegiada para a praça, ou não fosse servido de cinco varandas, ferro forjado a delinear as formas) do que para dançar (e a música aqui será ainda mais "livre", prometem, mas haverá também espaço para outro tipo de programação cultural) - e também para comer. Um restaurante faz parte dos planos e a cozinha até já está definida. Foi uma opção "lógica": convive-se entre a história, dança-se com a modernidade.

Nome
Rádio Bar
Local
Porto, Miragaia, Prç. Filipa de Lencastre, 178
Telefone
0
Horarios
Terça-feira e Quarta-feira das 14:00 às 20:00 e das 22:00 às 02:00
Quarta-feira, Quinta-feira e Sexta-feira das 14:00 às 20:00 e das 22:00 às 06:00
Website
http://www.radio167.blogspot.com
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